26 jun, 2020 - 16:24
O Presidente da República voltou esta sexta-feira a rejeitar pronunciar-se sobre a indicação de Mário Centeno para Governador do Banco de Portugal, referindo que ainda hoje se reunirá com o primeiro-ministro, em Lisboa.
Convidado a pronunciar-se sobre a indicação do Governo, na quinta-feira, do ex-ministro da Finanças, Mário Centeno, para futuro Governador do Banco de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa disse nada ter para já a acrescentar ao que afirmou na quinta-feira e adiantou que quando chegar, hoje, a Lisboa irá reunir-se com o primeiro-ministro, na habitual reunião semanal.
O Presidente da República falava aos jornalistas, no Porto, depois de visitar a Escola Básica e Secundária Fontes Pereira de Melo, no Porto, marcando o fim do ano letivo.
Na quinta-feira, no decorrer de uma iniciativa no Porto, o Presidente da República tinha afirmado que não se pronunciaria sobre essa indicação, alegando que o soube através da comunicação social.
"Não comento. Vi-a [a informação] nas notícias, portanto não vou comentar. Agradeço muito à comunicação social o ter transmitido, mas não vou comentar (…) aquilo que soube através da comunicação social", limitou-se a afirmar o chefe de Estado quando confrontado com a proposta do Governo, liderado pelo socialista António Costa.
O primeiro-ministro escreveu na quinta-feira ao presidente da Assembleia da República a comunicar a proposta do Governo para nomear o ex-ministro das Finanças Mário Centeno para o cargo de governador do Banco de Portugal.
"É intenção do Governo, na sequência de proposta do senhor ministro de Estado e das Finanças [João Leão], designar o professor doutor Mário Centeno para o cargo de governador do Banco de Portugal", lê-se na missiva enviada por António Costa a Ferro Rodrigues.
Na mesma carta, à qual a agência Lusa teve acesso, o primeiro-ministro pede depois que "seja requerida a audição do indigitado na comissão parlamentar competente, nos termos do disposto na lei orgânica do Banco de Portugal".
Em 9 de junho, o Presidente da República aceitou a exoneração de Mário Centeno como ministro de Estado e das Finanças, proposta pelo primeiro-ministro, e a sua substituição por João Leão.