03 jul, 2020 - 12:10 • Susana Madureira Martins , Liliana Monteiro
O Bloco de Esquerda (BE) manifestou, esta sexta-feira, preocupação face à gestão da TAP e defendeu a realização de uma auditoria à gestão privada da companhia.
O partido revela preocupação também com a situação os milhares de trabalhadores da empresa e quer também saber pormenores sobre o plano de reestruturação.
Esta manhã, em declarações no Parlamento, a deputada Isabel Pires propôs que se faça “uma auditoria à gestão privada que se teve até agora".
"Este processo pode decorrer ao mesmo tempo da injeção de capital. É importante que o país perceba exactamente o que se passou durante a gestão privada e salvaguardar o erário público. É importante por isso avançar com uma auditoria e uma medida deste género”, acrescentou.
Já para o PCP controlar a gestão da TAP não chega, é mesmo preciso que o Estado nacionalize totalmente a empresa.
O deputado comunista Bruno Dias alerta que é preciso controlo pleno e, sobretudo, que se evite uma eventual nova reprivatização por outras companhias de aviação.
“A questão do Estado enquanto tal poder assumir completamente o controlo e destinos da companhia é muito importante, não no sentido de servir interesses e agendas de companhias privadas ou futura privatização, mas sim no sentido de corresponder ao interesse nacional. Isso significa que além do que está em desenvolvimento é preciso mais para garantir controlo público pleno da companhia”, argumentou.
João Gonçalves, do CDS, considerou "prematura" a auditoria ou uma comissão de inquérito, defendendo que primeiro é preciso conhecer em pormenor tudo o que se está a negociar.
“Um acordo é melhor do que nacionalizar a totalidade da empresa”, defendeu o deputado centrista, sublinhando, contudo, que "gostaria de saber de detalhes do acordo e esperamos que se explique no Parlamento”.
o deputado do CDS diz que “é particularmente importante saber qual o rumo que o Estado quer para a companhia. O CDS defende menos Estado na empresa. É importante saber se o reforço de capital é para se manter na empresa, ou se o Estado sairá assim que possível, que é o que defendemos”.
O Partido Ecologista "Os Verdes" (PEV), pela voz do deputado José Luis Ferreira, disse que “espera que o reforço de capital seja refletido na gestão da empresa”, confessando que “a decisão ficou aquém do desejado”.
Para o PEV, o “capital privado não deve entrar na TAP. e não devia fazer parte da equação para salvar a companhia”.