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Casa Comum

​Paulo Rangel questiona " se é mesmo urgente avançar no curto prazo" com o aeroporto no Montijo

23 jul, 2020 - 09:00 • José Pedro Frazão

O dirigente social-democrata considera um erro preterir a ligação de alta velocidade Porto-Lisboa à ligação entre a capital portuguesa e Madrid e avisa para o poder de veto do Parlamento Europeu em relação a alguns cortes do Orçamento Plurianual. Já Francisco Assis pede um novo plano nacional ferroviário.

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O eurodeputado do PSD Paulo Rangel sugere uma reponderação sobre o avanço imediato do projecto do novo aeroporto a construir no Montijo. No contexto da crise pandémica e comentando a defesa do empreendimento feita pelo professor universitário António Costa Silva, Rangel aconselha que a opção seja repensada ao menos no seu calendário.

"Pelo menos deve pensar-se muito bem se é para andar para a frente já ou não. Considerando que Montijo é a opção que está definida, mal ou bem, pensaria bem se isso é estritamente necessário no curto prazo ou não", afirma o comentador do programa "Casa Comum" da Renascença.

Rangel concorda com a aposta na ferrovia mas teme a adopção de opções erradas no plano estratégico. "Se avançarem para o TGV, vão querer fazer primeiro Lisboa-Madrid e não Porto-Lisboa, o que é um disparate completo", complementa o dirigente do PSD para quem o dinheiro europu a canalizar para a TAP pagaria a ligação de alta velocidade entre as duas principais cidades portuguesas.

Já o socialista Francisco Assis defende um novo plano nacional para a ferrovia com identificação das prioridades nesta área. "A questão não se limita ao TGV e a Porto-Lisboa. É uma questão mais vasta, saber que opções de fundo vamos fazer em termos de ferrovia em Portugal", sustenta o presidente eleito do Conselho Económico e Social para quem a questão deve ser debatida nos próximos meses.

Parlamento Europeu pode vetar cortes do Orçamento Plurianual

Apesar de saudar o acordo sobre o fundo de recuperação para a Europa, Paulo Rangel alerta para a possibilidade real de um veto do Parlamento Europeu à actual proposta de Orçamento Plurianual.

"O Parlamento Europeu tem poder de veto e de negociação. Desde 2018, já recusou propostas do Conselho e também está disponível para recusar esta. Não podem ficar para trás politicas tão importantes como o Erasmus +, a ciência e investigação ou a saúde pública", defende o eurodeputado português que salienta que os cortes nesses "programas europeus importantes" significam resultados "nada bons para Portugal e mesmo maus para a Europa" no rescaldo do Conselho Europeu.

O parlamentar social-democrata considera que o Governo português "não tem desculpas" em matéria de verbas europeias que significam um montante "muito significativo" para ser gerido em Lisboa.

" Temos a experiência passada de investimentos não reprodutivos que foram bastante negativos para o país. É fundamental pôr toda a nossa aplicação, empenho e esforço em duas coisas - escolher bem os projectos e controlar muito bem a forma como eles são executados", apela Rangel no "Casa Comum", debate semanal com Francisco Assis numa parceria da Renascença com a Euranet - Rede Europeia de Rádios.

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