24 jul, 2020 - 10:49 • Lusa
O presidente do PSD avisou que Portugal “já fez asneiras a mais” e pediu hoje garantias de que não haverá “mais 'negócios da China'” no investimento na produção de hidrogénio, que classificou como “projeto extremamente perigoso”.
“Nós não temos condições para aventuras nem para ideias megalómanas”, defendeu Rui Rio, na sua pergunta ao primeiro-ministro, António Costa, no arranque do debate do estado da nação no parlamento.
A intervenção inicial de Rio foi totalmente dedicada a este assunto, à exceção de uma pequena ironia sobre a intervenção inicial de António Costa, em que este apelou à esquerda para uma base de entendimento sólida.
“Quase não resisti a comentar um pedido de casamento de papel passado ali com PCP e BE, mas vou ater-me à minha ideia sobre um projeto que o Governo anunciou e que considero extremamente perigoso”, afirmou.
O líder do PSD questionou que, na estratégia nacional sobre o hidrogénio, o Governo preveja investir “sete mil milhões de euros”, valor próximo do da Alemanha, nove mil milhões de euros.
“Pode assegurar na Assembleia da República que, para a produção de hidrogénio, não vamos assistir a rendas garantidas, leia-se excessivas, que aconteceram no governo Sócrates, pode garantir que não vai repetir os mesmos erros?”, questionou.
Na resposta, António Costa assegurou que Portugal vai ter “uma posição liderante” na produção de hidrogénio verde na Europa porque o país tem “condições naturais para o fazer” e porque tal representa um “fator importante para a mobilização da indústria nacional e para a valorização geoestratégica” do país.
“O leilão que abrimos gerou intenções de investimento privado de 16 mil milhões de euros, a contrapartida de investimento público são 400 milhões de euros ao longo de dez anos”, afirmou, considerando que tal significa que haverá uma “ajuda pública mínima” comparativamente ao dinheiro privado.