19 ago, 2020 - 18:36 • Redação com Lusa
O presidente do Governo Regional da Madeira, o socia -democrata Miguel Albuquerque, afirmou hoje que a sua candidatura à Presidência da República, nas eleições de 2021, é uma questão que “ainda não está encerrada”.
“A minha candidatura não está encerrada”, declara o chefe do executivo madeirense e líder do PSD/Madeira numa resposta escrita enviada pela presidência do Governo Regional à agência Lusa.
O governante madeirense adianta que a anunciada carta enviada pelo líder demissionário e recandidato do Chega, André Ventura, a convidá-lo para apoiar formalmente e integrar a sua candidatura à Presidência da República, em janeiro de 2021, “ainda não chegou à Quinta Vigia [a presidência do Governo da Madeira]”.
Miguel Albuquerque argumenta que a apresentação de uma candidatura própria “dependerá das posições e programas que os candidatos, incluindo o professor Marcelo Rebelo de Sousa, [atual Presidente da República] tomarem em relação à Madeira e à defesa das suas principais propostas”.
Entre estas, enuncia “o aval necessário do Estado ao empréstimo da Madeira, que permitiria poupança na ordem dos 60 milhões de euros, e uma lei fiscal própria, essenciais para o plano de recuperação da Região Autónoma da Madeira”.
O governante insular não tece mais comentários à proposta feita por André Ventura.
“Venho por este meio convidá-lo a ser um dos pilares da minha candidatura como Máximo Coordenador e Representante Político da mesma. Atentas as últimas sondagens, não há dúvida de que a leve esperança de uma não recondução de Marcelo Rebelo de Sousa só pode ser concretizada pela minha candidatura. É a esse esforço que o convido a juntar-se, por Portugal e pelo desenvolvimento efetivo da Região Autónoma da Madeira”, lê-se na carta de André Ventura, a que a agência Lusa teve acesso.
O deputado único do partido populista de direita escusou-se a “confirmar ou desmentir convites feitos nesta altura”, pois “ainda está a ser definida a estrutura completa da candidatura”.
“Sou candidato a impedir a renovação, por mais cinco anos, da tragédia que tem sido Marcelo Rebelo de Sousa para o país e, em especial, para a Madeira. Marcelo esteve sempre contra a região e ao lado do Governo da República, que não tem outro interesse senão transformar a Madeira e o Porto Santo em feudos socialistas, como já acontece em boa parte das regiões e distritos do país”, lê-se ainda na missiva.
Em maio, o líder madeirense Miguel Albuquerque admitiu avançar ele próprio com uma candidatura autónoma ao Palácio de Belém, tecendo críticas ao “unanimismo“, ao “circo que está montado” e ao “namoro” entre o primeiro-ministro, António Costa, e o chefe de Estado.
Meses depois, no início de agosto, o líder do PSD-Madeira defendeu que o seu partido deve dialogar com várias forças políticas, incluindo o Chega, após o presidente do partido, Rui Rio, ter admitido conversar com aquele partido, caso Ventura adotasse um discurso mais moderado.
“O PSD deve é fazer aquilo que Sá Carneiro fez em 1979. Também fez a AD [Aliança Democrática] numa altura em que se dizia que o CDS era fascista”, afirmou Albuquerque, referindo-se a uma eventual federação de centro-direita com o CDS-PP, Chega e Iniciativa Liberal, para desalojar a esquerda do poder.