12 set, 2020 - 18:45 • Lusa
O líder do PSD, Rui Rio, demarcou-se este sábado do primeiro-ministro e do presidente da Câmara de Lisboa, António Costa e Fernando Medina, por integrarem a comissão de honra da recandidatura de Luís Filipe Vieira à presidência do Benfica.
“O futebol é acima de tudo emoção e a política acima de tudo tem de ser racionalidade”, defendeu Rui Rio, questionado sobre o assunto pelos jornalistas, em Coimbra.
Para Rio, a ação política “não deve ser ditada por imperativos de ordem emocional ou de simpatia clubística”.
“Eu sempre achei mal a mistura entre a política e o futebol profissional” respondeu, remetendo para o tempo em que liderou a Câmara Municipal do Porto, quando, devido à sua posição, várias vezes esteve envolvido em polémica com o presidente do Futebol Clube do Porto, Pinto da Costa.
Salientando que “hoje até há problemas quase de ordem judicial metidos nisto”, o presidente do PSD recordou que tem essa posição “há muito anos”.
“Quando nós estamos em cargos políticos de algum relevo, de um modo geral, devemo-nos abster de misturar estas coisas”, acentuou.
Instado a comentar a polémica espoletada pela sua presença na Comissão de Honra de Luís Filipe Vieira, António Costa recusou-se a comentar, dizendo estar apenas a exercer a sua liberdade de expressão num assunto que "nada tem a ver" com a sua vida política.
“Não vou fazer nenhum comentário sobre um assunto que não tem rigorosamente nada a ver com a vida política nem com as funções que exerço ou exerci”, afirmou António Costa.
O também primeiro-ministro respondia a questões dos jornalistas após discursar no encerramento do XIX Congresso da Federação da Área Urbana de Lisboa (FAUL) do PS, no pavilhão Paz e Amizade, em Loures.
“A liberdade de expressão é, felizmente, algo que existe em Portugal. Da minha parte, não faço nenhum comentário, não tenho nada a dizer sobre uma matéria que não tem rigorosamente nada a ver”, concluiu.
Para além de Costa e Medina - são mais de 500 os n(...)
Também a coordenadora do Bloco de Esquerda criticou António Costa por integrar a comissão de honra da recandidatura de Luís Filipe Vieira à presidência do Benfica, defendendo que “não pode existir cumplicidade entre a política e os negócios”.
“Saber hoje que o primeiro-ministro acha normal fazer parte de uma comissão de honra de alguém que é dos maiores devedores do Novo Banco e que está implicado no problema do BES (Banco Espírito Santo) não fica bem”, afirmou Catarina Martins.
A líder bloquista, que falava esta tarde em Almada, no distrito de Setúbal, durante uma sessão de ‘rentrée’ do partido, admitiu que as paixões de futebol e outras são todas humanas e aceitáveis”, mas ressalvou que “ao primeiro-ministro aquilo que se pede é o dever de reserva”.
“Nada pode ser como antes e a cumplicidade entre a política e os negócios não pode ser aceite neste país”, vincou.
Ainda este sábado o porta-voz do PAN, André Silva, considerou inadmissível "do ponto de vista ético", que António Costa e Fernando Medina entrem na comissão de honra da recandidatura de Luís Filipe Vieira à presidência do Benfica.
"Todas estas situações de ligação próxima da política ao futebol não são admissíveis do ponto de vista ético, porque abrem a porta a que o amor ao clube se possa sobrepor ao compromisso para com o interesse público, que deverá sempre nortear qualquer titular de um cargo político no exercício do cargo", defende o Partido da Natureza e dos Animais (PAN), em comunicado.
Já João Noronha Lopes, que é candidato à presidência do Benfica, contra Luís Filipe Vieira, publicou um tweet em que se demarca de qualquer promiscuidade entre a política e o futebol, garantindo que na sua e na sua campanha não figurará qualquer ocupante de cargos políticos eleitos.
O primeiro-ministro, António Costa, escusou-se a comentar o apoio à recandidatura de Luís Filipe Vieira à presidência do Benfica.
"Não vou fazer nenhum comentário sobre um assunto que não tem rigorosamente nada a ver com a vida política nem com as funções que exerço ou exerci", disse o secretário-geral do PS à margem de um congresso no Pavilhão Paz e Amizade, em Loures.
[Notícia atualizada às 09h46]