30 set, 2020 - 18:50 • José Pedro Frazão
O apoio explícito do Partido Socialista à candidatura presidencial de Ana Gomes “não é essencial”. A opinião é de Francisco Assis, antigo eurodeputado e atual presidente do Conselho Económico e Social, no seu último comentário no programa “Casa Comum” da Renascença, parceria semanal com a Euranet, Rede Europeia de Rádios.
Francisco Assis alerta para a discussão do tema, em breve, nos órgãos oficiais do partido, mas não exige uma declaração formal de apoio do partido à sua militante que avança na corrida a Belém.
"Para mim essa nunca foi a questão essencial. É uma candidatura do espaço da esquerda democrática. Pessoalmente, estou convencido que esta é uma candidatura fortemente agregadora do eleitorado da esquerda democrática", afirma Assis, que neste espaço de opinião, em janeiro, lançou a candidatura presidencial de Ana Gomes, apesar de considerar que Marcelo Rebelo de Sousa esteve bem no primeiro mandato como chefe de Estado.
Questionado sobre uma possível passagem à segunda volta por Ana Gomes, Assis sublinha que um processo eleitoral “é sempre muito dinâmico” e existem “fatores muito imprevisíveis, que por vezes alteram radicalmente a situação”.
O novo homem forte da Concertação Social considera que um confronto eleitoral tem como pressuposto a perspetiva de que “tudo está em aberto".
Para o social-democrata Paulo Rangel, Ana Gomes é uma boa candidata que vem cumprir um papel importante e de que Marcelo precisava para seu próprio benefício.
“A entrada de Ana Gomes é muito boa. É muito bom para o candidato que eu e o meu partido apoiamos, o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa. É muito importante que, para legitimar a sua vitória nesta fase, ele tenha um verdadeiro contraditório, um debate difícil e exigente”, afirma o eurodeputado.
“Ao contrário do que pensarão algumas pessoas que o apoiam, não era bom para ele estar sozinho e ser aclamado com uma votação que iria ter pouca expressão eleitoral. Ficar nos tais 70% não era nada bom. O Presidente Marcelo, pelo consenso que gera, não precisa desse tipo de apoios ‘albaneses’. Precisa, isso sim, de um debate em que se veja que ele faz a diferença", argumenta Paulo Rangel.