16 out, 2020 - 11:56 • Marta Grosso , Paula Caeiro Varela (Parlamento)
O objetivo do PSD ao pedir o debate de urgência sobre a "situação económica e social atualmente vivida em Fátima” era que "todos percebessem o problema específico” daquela região.
Segundo os sociais-democratas, o turismo sofreu, em Fátima, uma quebra ainda maior do que no resto do país, com as respetivas consequências no comércio e restauração, e uma subida do desemprego acima da média no concelho de Ourém.
“Dos 700 mil turistas que dormiam anualmente em Fátima qual era a sua origem? Provinham do continente asiática, vinham da Coreia do Norte e da China. Da Europa, vinham de Itália e de Espanha. Do continente americano, vinham dos Estados Unidos e do Brasil. De todos estes países, como podem imaginar, desde a Covid-19, as quebras rondam os 99%”, afirmou o deputado João Moura nesta sexta-feira.
O social-democrata usou mesmo a expressão “buraco negro” para descrever a situação em Fátima “nos próximos anos”.
Lembrando que “Fátima já alimentou o país e a região”, o deputado pediu ao Governo que agora ajude a região.
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A situação é muito difícil, reconheceu o Partido Socialista, pela voz de António Gameiro, que deixou apelo à ajuda do Governo, perante a falta de turismo externo, uma vez que a ocupação hoteleira em Fátima raramente é feita através dos turistas portugueses.
A especificidade de Fátima foi reconhecida também pelo CDS e pelo PCP, assim como pelo Governo, através da secretária de Estado do Turismo. Rita Marques reconhece que o setor precisa de mais ajudas, mas destacou as alterações recentes ao plano de retoma, que têm em conta a realidade daquele concelho.
“As empresas com queda de faturação superior a 75% são elegíveis e podem aceder ao novo programa de apoio de retoma, que garante uma redução no período normal do horário de trabalho até 100% nos meses de outubro, novembro e dezembro, sendo certo que esta medida é naturalmente acompanhada por uma majoração da remuneração do trabalhador, que se cifrará nos 88%, três vezes o valor máximo do salário mínimo”, explicou.
A secretária de Estado referiu ainda os apoios já aprovados pelo Governo para o setor do turismo, como linhas de crédito específicas para micro, pequenas e médias empresas, através da qual já foram concedidos apoios de 43 milhões de euros.
“No total, já foram ventiladas medidas no valor de 1,4 mil milhões de euros para o setor do turismo”, afirmou Rita Marques, admitindo que possam, ainda assim, não ser suficientes.
Na quinta-feira, véspera do debate, o PSD visitou o concelho de Ourém para ouvir de viva voz as dificuldades sentidas pela quebra do turismo, este ano, devido à pandemia de Covid-19.