21 out, 2020 - 11:10 • Paula Caeiro Varela , Susana Madureira Martins
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A reunião entre o primeiro-ministro e a coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, estendeu-se noite dentro, até às 2h30 e, segundo apurou a Renascença, não teve avanços de maior, o encontro "não foi conclusivo" e que "não houve avanços que pudessem determinar um acordo".
A indicação é que um acordo é considerado agora praticamente impossível e questões como o Novo Banco e a legislação laboral terão sido, mais uma vez, o centro dessa falta de entendimento entre as duas partes.
O Governo não terá mostrado "disponibilidade" para mexer naqueles dois assuntos, que são considerados centrais para o BE, nomeadamente o alargamento do período de proibição dos despedimentos quando as empresas estão a receber apoio público ou, em relação ao Novo Banco, a garantia de que a instituição não recebe nem mais um euro do Estado, sendo a solução que consta na proposta de Orçamento do Estado considerada insuficiente pelos bloquistas.
Ainda esta quarta-feira o Bloco de Esquerda reúne o secretariado do partido para definir a estratégia a seguir nas próximas horas e dias. O Governo terá apresentado na reunião desta madrugada novas soluções em relação ao apoio social extraordinário e para o reforço do Serviço Nacional de Saúde, abordagens que estarão agora a ser analisadas.
Entre os bloquistas há algum desconforto pelo facto de fontes do Governo terem manifestado ao jornal “Público” a ideia de que deixam de "contar com o BE para aprovar o Orçamento", ainda antes da reunião desta madrugada de quarta-feira ter sequer acabado.
Na terça-feira, horas antes do encontro com o Primeiro-ministro, Catarina Martins, manifestava otimismo em relação às negociações, referindo mesmo que o acordo com o governo "ainda é possível" para viabilizar o orçamento para 2021.
A líder do BE acrescentou, nas declarações que fez aos jornalistas na terça-feira que esse acordo "ainda é possível" desde que "seja claro e permita, que na especialidade, os problemas estruturais do Orçamento do Estado sejam resolvidos". O que, afinal, não terá sido possível.