24 out, 2020 - 23:21 • Paula Caeiro Varela
O Bloco de Esquerda prepara-se para anunciar o voto contra o Orçamento do Estado para 2021. É, pelo menos, a indicação que a comissão nacional do partido vai dar à Mesa Nacional, o principal órgão do partido entre convenções. O anúncio do voto do Bloco sobre o Orçamento do Estado está marcado para as 20h30 deste domingo, com uma conferência de Catarina Martins, coordenadora do Bloco.
A Renascença sabe que a comissão política do Bloco reúne-se este domingo de manhã e vai propor à mesa nacional, que se reúne a seguir, o voto contra o Orçamento do Estado na generalidade.
O argumentário do Bloco para o voto contra já está, aliás, publicado no esquerda.net, onde o este partido deixa já diz que este Orçamento “está longe de corresponder às necessidades do país no atual momento”.
Depois da última reunião com o primeiro-ministro sobre Orçamento, a coordenadora do Bloco divulgou que havia dois pontos essenciais para os bloquistas nas quais o Governo não cedia: a legislação laboral e a revisão do contrato com a Lone Star para o Novo Banco. Noutros dois assuntos – o apoio extraordinário e os meios para o setor da saúde – o Governo apresentou contrapropostas que o Bloco tem vindo a avaliar.
Ao que a Renascença apurou, essa avaliação não foi suficiente para justificar pelo menos a abstenção que viabilizaria o Orçamento do Estado na generalidade. Recorde-se que uma abstenção do Bloco é suficiente para o Orçamento do Estado passar à especialidade, enquanto que a abstenção do PCP, anunciada na sexta-feira, não é suficiente por si só. Contudo, a abstenção comunista conjugada com abstenções do PEV e do PAN pode permitir a aprovação do Orçamento na generalidade, abrindo o caminho a mais negociações na especialidade.
O debate do Orçamento na generalidade decorre em plenário na terça e na quarta-feira, com votação na quarta-feira.