31 out, 2020 - 18:15 • Fábio Monteiro , Joana Azevedo Viana
Reveja a conferência de imprensa
O primeiro-ministro anunciou este sábado que os concelhos com uma taxa de incidência de Covid-19 superior a 240 casos por 100 mil habitantes vão ser sujeitos às mesmas regras que, na semana passada, foram definidas para Lousada, Felgueiras e Paços de Ferreira.
Neste momento, a medida atinge 121 concelhos e um total de 7,1 milhões de habitantes, adiantou Costa, sublinhando que "o mês de novembro vai ser muito duro".
"Sendo 121 concelhos, abrange contudo 70% da população residente [no país], é uma medida de larguíssimo alcance que nos envolve, necessariamente, a todos", destacou o chefe do Governo. Questionado sobre se será decretado novo estado de emergência, Costa disse que irá abordar o assunto com o Presidente da República, numa audiência já com data e hora marcada.
As regras entram em vigor no próximo dia 4 de novembro, "dando assim algum tempo para que todos se organizem". (Clique aqui para consultar a lista dos 121 concelhos abrangidos pelas regras)
A resolução do Conselho de Ministros determina ainda um limite máximo de seis pessoas em cada grupo em restaurantes para todo o território nacional, exceto se pertencerem ao mesmo agregado familiar.
No restante território nacional continental continua a aplicar-se o regime da situação de calamidade que se encontrava definido.
Em conferência de imprensa após o Conselho de Ministros extraordinário deste sábado, António Costa começou por anunciar a contratação de enfermeiros reformados para rastrear contactos de riscopara rastrear contactos de risco à medida que vão sendo confirmadas infeções por Covid-19 em Portugal, bem como um reforço das unidades de cuidados intensivos com mais 202 camas e 350 enfermeiros.
A Linha SNS 24, adiantou, vai poder passar declaração para isolamento profilático após contacto com infetados, para aliviar a sobrecarga sobre o Sistema Nacional de Saúde (SNS) nesta segunda fase da pandemia, em que é importante não "afundar a economia" portuguesa.
"É fundamental manter as escolas e os serviços a funcionar com todas as regras de segurança. É fundamental que evitemos todos os eventos que não sejam estritamente indispensáveis e que não deixemos de ir ao comércio, à restauração e às atividades culturais em toda a segurança, de acordo com as normas e a segurança."
O chefe do Governo diz compreender que as pessoas estejam cansadas da pandemia, mas sublinha que "não temos o direito de dizer que estamos cansados", lembrando que os comportamentos de risco dos portugueses têm impacto real na evolução da Covid-19 e nas vidas dos profissionais de saúde.
"Se nós estamos cansados, imaginem o cansaço em que eles estão. Não temos direito de dizer que estamos cansados."
Com o número de infeções por Covid-19 a subir em Portugal nas últimas semanas, o Governo reuniu-se, este sábado, em Conselho de Ministros extraordinário para delinear novas medidas para controlar a pandemia.
Apenas o PS e o PSD dizem estar atualmente disponíveis para aprovar um novo confinamento, semelhante àquele que aconteceu entre março e abril.
O encontro começou às 10h da manhã e terminou pelas 18h. António Costa começou a falar ao país já perto das 19h.
Portugal registou, este sábado, mais 4.007 infeções pelo novo coronavírus e 39 mortes de doentes com Covid-19. É o segundo dia com mais óbitos desde a chegada da pandemia a Portugal, em março.
(artigo corrigido às 20h10; o artigo original indicava que as medidas só entrariam em vigor a 4 de dezembro. Pelo erro as nossas desculpas)