06 nov, 2020 - 12:09 • Susana Madureira Martins com Lusa
O Chega convocou para a tarde desta sexta-feira uma conferência de imprensa, no parlamento, sendo referido na convocatória que Chega e PSD chegam a acordo sobre os Açores.
Esta conferência de imprensa surge um dia após Ventura ter dado as negociações com o PSD como suspensas, dando um ultimato, até segunda-feira, para reatar as conversas.
O comunicado diz que o partido "vai viabilizar o governo de direita nos Açores", depois de "ter chegado, em conjunto com o PSD, a pontos de convergência em vários assuntos fundamentais para a Região Autónoma dos Açores e para o país".
Segundo o partido de Ventura, "o futuro Governo regional comprometeu-se a alcançar as metas de redução significativa de subsidiodependência na região e de criação de um gabinete regional de luta contra a corrupção, tendo-se comprometido também com desencadear, nos termos das suas competências próprias, um projeto de revisão constitucional regional que inclua, entre outros aspetos, a redução do número de deputados na região autónoma dos Açores".
Por outro lado, este futuro executivo comprometeu-se, segundo o Chega, a “desencadear, nos termos das suas competências próprias, um projeto de revisão constitucional regional que inclua, entre outros aspetos, a redução do número de deputados na região autónoma dos Açores”.
Já quanto à exigência que tinha sido feita pelo partido de que o PSD nacional participasse no processo de revisão constitucional iniciado pelo Chega, o partido liderado por André Ventura diz ter obtido garantias para o futuro.
“Sabemos que o PSD nacional irá entregar na Assembleia da República, ainda nesta sessão legislativa, um projeto de revisão constitucional que compreenderá, não só o constante do seu programa eleitoral, como alguns aspetos que são para nós fundamentais, tendo-nos sido dadas garantias de que contemplará, entre outros aspetos, a redução do número de deputados e a vontade de fazer uma profunda reforma no sistema de Justiça”, refere o partido.
O líder do Iniciativa Liberal/Açores, Nuno Barata, admitiu esta sexta-feira vir a fazer um acordo de incidência parlamentar com a coligação PSD/CDS-PP/PPM, mas frisou que ainda não há um acordo fechado.
"Pode ser um das soluções, um acordo de incidência parlamentar, se for entendimento do senhor representante da República que é importante para viabilizar um governo à direita nos Açores", avançou, em declarações aos jornalistas.
O líder regional do IL falava à saída de uma audiência com o representante da República para a Região Autónoma dos Açores, Pedro Catarino, em Angra do Heroísmo.
Questionado sobre um eventual acordo com a coligação de direita, Nuno Barata disse que ainda não estava fechado, mas admitiu estar em conversações.
"Não há acordos, não há negociações, o que há é conversações. Nós, a devido tempo, anunciaremos o que é possível. Apresentámos ao PSD 12 pontos que entendemos que devem e têm de estar num programa de governo a quatro anos. Se o PSD aceitar, nós estaremos no parlamento a fazer oposição construtiva, sempre oposição, mas uma oposição construtiva, mas com soluções para mudar um paradigma de governação dos Açores, que permita sair do quadro socioeconómico que nós estamos tínhamos em 2019, que era lamentável", afirmou.
[notícia atualizada às 13h51]