07 nov, 2020 - 11:33 • Susana Madureira Martins
A Comissão Nacional do PS vota este sábado um texto que constitui a posição oficial do partido sobre as eleições presidenciais e que, segundo a Renascença sabe, faz um elogio ao atual Presidente da República invocando a proximidade deste aos portugueses e a estabilidade política que foi mantida por Marcelo Rebelo de Sousa ao longo do mandato.
No documento que os dirigentes nacionais discutem e votam este sábado numa reunião que decorre por videoconferência, não há indicação de apoio a qualquer candidato presidencial, mas onde há uma referência aos candidatos do campo democrático.
Aqui cabem obviamente Marcelo e os candidatos mais à esquerda - Marisa Matias do Bloco de Esquerda ou ainda João Ferreira do PCP - com dirigentes nacionais a confirmarem à Renascença que o texto sujeito a votação tem uma referência específica a Ana Gomes.
Não há apoio oficial à candidatura desta militante do PS e ex-dirigente nacional no tempo da liderança de Eduardo Ferro Rodrigues, mas há aqui uma tentativa de não hostilização à candidata a Belém e que tem o apoio individual de diversos dirigentes nacionais, nomeadamente do ministro das Infraestruturas Pedro Nuno Santos.
No texto da direção nacional do PS apenas fica fora de qualquer hipótese a candidatura de André Ventura, líder do Chega, considerada fora do campo democrático.
Tal como é tradição e como aconteceu noutras eleições presidenciais - em 2016, por exemplo, em que surgiram dois candidatos da área socialista, Maria de belém e Sampaio da Nóvoa - o PS dá liberdade de voto aos militantes.
A Comissão Nacional do PS reúne-se após ter sido adiada duas vezes, a primeira data era 24 de outubro, mas o PS percebeu que coincidia com o dia de reflexão das eleições regionais dos Açores e foi adiada para 31 de outubro.
Depois houve novo adiamento por causa da decisão do Conselho de Ministros em proibir a circulação entre concelhos entre os dias 30 de outubro e 3 de novembro e ficou acertada a data deste sábado.
Exatamente o mesmo dia em que o governo liderado por António Costa fez questão também de marcar o Conselho de Ministros que irá regulamentar o decreto do estado de emergência, aprovado esta sexta-feira pelo parlamento.
Ou seja, a reunião da Comissão Nacional, que começa às três da tarde, fica condicionada pelo arranque da reunião do governo no Palácio da Ajuda, marcado para as seis da tarde e os dirigentes nacionais terão por isso um contra-relógio de discussão e votação do texto que define a posição oficial do partido sobre as presidenciais de 2021.
A reunião da Comissão Nacional do PS estava inicialmente marcada para o espaço do Capitólio, no Parque Mayer, em Lisboa, mas as restrições impostas pela pandemia provocaram uma mudança de planos e os socialistas reúnem-se por vídeo-conferência no espaço "Centro da Esquerda", junto à sede nacional do partido, ao largo do Rato.