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Covid-19. CDS alerta para “impacto devastador” do recolher obrigatório na restauração e comércio

09 nov, 2020 - 14:00 • Lusa

Na ótica do líder do CDS, Francisco Rodrigues dos Santos, a proibição de circulação na via pública em alguns períodos do dia pode “ter um efeito altamente perverso na economia, que é um impacto devastador no setor da restauração, do comércio e dos serviços”.

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O presidente do CDS-PP alertou esta segunda-feira que o recolher obrigatório, especialmente ao fim de semana, pode ter um “impacto devastador” na restauração e no comércio, e considerou que pode levar a concentrações de manhã.

“O recolhimento obrigatório é uma medida que poderá ter um efeito de ‘boomerang’, uma vez que concentra na janela horária até às 13:00 milhares e milhares de portugueses que vão cumprir as tarefas que habitualmente têm reservadas para o fim de semana”, afirmou Francisco Rodrigues dos Santos.

À margem de uma conferência de imprensa na sede do CDS, em Lisboa, o líder foi questionado relativamente às mais recentes medidas de controlo da pandemia de covid-19, que entraram hoje em vigor com o estado de emergência.

Na ótica de Francisco Rodrigues dos Santos, a proibição de circulação na via pública em alguns períodos do dia pode “ter um efeito altamente perverso na economia, que é um impacto devastador no setor da restauração, do comércio e dos serviços”.

Face a isto, o líder do CDS exigiu “medidas de apoio económico que compensem as perdas que se vão registar nestas atividades económicas, com a máxima celeridade e sem burocracias” para evitar “despedimentos e insolvências”.

Além do “problema verdadeiramente dramático” que poderá ser a concentração de pessoas nos períodos em que é possível sair à rua, Rodrigues dos Santos apontou igualmente para os constrangimentos que o recolhimento levanta, por exemplo, “às famílias que estão separadas, a quem tem credos religiosos, nomeadamente católicos que têm missas para frequentar”.

O presidente centrista acusou o Governo de “correr atrás do prejuízo” e de errar “por falta de planeamento e de previsão”, considerando que isso “é imperdoável”.

“A única coisa que eu desejo é que de facto, atendendo à situação pandémica que o país atravessa, que estas medidas possam surtir um efeito positivo, dado que todos os especialistas indicam que é necessário tomar medidas que possam conter esta escalada descontrolada dos contágios e achatar a curva pandémica para que salvemos vidas e para que o país consiga recuperar, mais uma vez mais, este enorme desafio que temos pela frente”, defendeu.

Questionado se o CDS poderá não acompanhar uma eventual renovação do estado de emergência, o líder indicou que o partido “daqui a 15 dias fará a avaliação dos resultados destas medidas” e tomará “uma decisão quanto à eficácia e à consequência das mesmas”.

Portugal entrou hoje à meia-noite em estado de emergência até 23 de novembro para combater a pandemia de covid-19, impondo entre outras medidas o recolher obrigatório noturno em 121 concelhos com mais casos de infeção.

A proibição de circulação na via pública entre as 23:00 e as 05:00 em dias de semana e, nos próximos dois fins de semana, a partir das 13:00 é aplicada nos 121 concelhos considerados de risco elevado de transmissão da covid-19.

Entre estes municípios, que abrangem 70% da população residente, incluem-se todos os concelhos das Áreas Metropolitanas de Lisboa e do Porto.

A medida foi aprovada em Conselho de Ministros extraordinário realizado no sábado à noite e prevê exceções como deslocações para o trabalho, regresso ao domicílio, situações de emergência, passeio higiénico na proximidade da habitação ou passeio de animais.

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.251.980 mortos em mais de 50 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Portugal contabiliza pelo menos 2.896 mortos associados à covid-19 em 179.324 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).

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