11 nov, 2020 - 12:37 • Celso Paiva Sol
Augusto Santos Silva mostra-se crítico da solução para o governo nos Açores e garante que não quer proximidade com tiranos – designação que atribui ao partido Chega.
Ouvido nesta quarta-feira no Parlamento, o ministro dos Negócios foi questionado pelo deputado da Iniciativa Liberal, João Cotrim de Figueiredo, sobre as boas relações que Portugal continua a ter com a China. E respondeu assim:
“Em relação a ser fofinhos com tiranos ou amigos de tiranos ou defensores de ditaduras, senhor deputado, só tenho a dizer isto: esta gravata é açoriana. Eu não pertenço a nenhum partido que esteja encostado a quem gosta de ditadores e tiranos para efeitos apenas de garantir algum apoio governamental”, afirmou enquanto nas bancadas se começava a ouvir reações.
“Como veem pelas minhas palavras e pela vossa reação, eu não sou mesmo fofinho com tiranos nem com amigos de tiranos nem com primos de amigos de tiranos nem com vizinhos circunstanciais que se encostem a primos de amigos de tiranos para efeitos de provocar mudanças”, reforçou.
Na sua intervenção, Santos Silva lembrou que a mudança nos Açores se está a fazer à custa do Chega, partido que diz ser amigo de ditadores e tiranos.
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O ministro dos Negócios Estrangeiros esteve, nesta manhã, na audição relativa ao orçamento dedicado ao seu ministério para 2021.
A sua intervenção sobre os Açores provocou uma reação ruidosa nas bancadas da direita parlamentar.
Foi mais uma reação socialista à “geringonça” saída das últimas eleições açorianas, onde o próximo governo regional será composto pelo PSD, pelo CDS e pelo PPM, com apoio parlamentar garantido, à partida, pelos dois deputados do Chega e do deputado da Iniciativa Liberal.
A solução – validada no sábado pelo Representante da República para os Açores – tem sido fortemente criticada pelos mais altos dirigentes socialistas, a começar no próprio António Costa, secretário-geral do partido e primeiro-ministro.