12 nov, 2020 - 16:05 • Paula Caeiro Varela com Redação e Lusa
O Chega vai interpor um processo judicial contra o primeiro-ministro, António Costa, devido a declarações deste, que acusou aquele partido de ser de “extrema-direita xenófoba e racista”.
“A Direção Nacional do Chega, após reunir em plenário, decidiu avançar judicialmente contra o primeiro-ministro português, dr. António Costa, por ter apelidado o partido de ‘extrema-direita, xenófoba e racista’ e ‘o pior que existe na Europa’", refere um comunicado do partido de André Ventura.
"O Chega é um partido legítimo, legalizado pelo Tribunal Constitucional português e, portanto, nunca poderia ter as características criminosas que são elencadas” pelo chefe do Governo”, sublinha a nota.
“António Costa terá de responder pelas afirmações que fez, previsivelmente junto do Supremo Tribunal de Justiça” lê-se, ainda.
O partido anunciou ainda que vai entregar “um voto de condenação formal na Assembleia da República ao primeiro-ministro “pelas lamentáveis declarações feitas e que colocam em causa não apenas o Chega como também o PSD e o CDS, devido ao atual contexto de governação nos Açores”, desejando que sociais-democratas e democratas-cristãos votem favoravelmente.
“Por fim, o Chega lamenta que um primeiro-ministro revele total desnorte e desonestidade num momento em que começa a ver o poder fugir-lhe das mãos e não hesite em denegrir se forma brutal e mentirosa os seus adversários políticos”, lê-se ainda no comunicado do antigo comentador futebolístico ligado ao Benfica.
Segunda-feira em entrevista à TVI, António Costa defendeu ser um fator "da maior gravidade" os sociais-democratas em Portugal terem dado "um passo que a direita democrática na Europa tem resistido a dar, que é fazer um acordo com um partido da direita xenófoba".
O líder do PSD-Açores, José Manuel Bolieiro, foi indigitado no sábado presidente do Governo Regional pelo representante da República para os Açores, Pedro Catarino.
O PS venceu as eleições legislativas regionais, no dia 25 de outubro, mas perdeu a maioria absoluta, que detinha há 20 anos, elegendo 25 deputados.
PSD, CDS-PP e PPM, que juntos representavam 26 deputados, anunciaram esta semana um acordo de governação, tendo alcançado acordos de incidência parlamentar com o Chega e o Iniciativa Liberal (IL).
Com o apoio dos dois deputados do Chega e do deputado único do IL, a coligação de direita soma 29 deputados na Assembleia Legislativa dos Açores, um número suficiente para atingir a maioria absoluta.