12 dez, 2020 - 19:48 • Eunice Lourenço
O PS está a trabalhar numa nova regulamentação do teletrabalho tendo em conta as lições aprendidas com a pandemia de covid-19. O anúncio foi feito pela líder parlamentar socialista, Ana Catarina Mendes, no congresso da juventude socialista, que decorre este fim-de-semana.
A dirigente socialista disse que a pandemia acelerou a agenda digital, mas que é preciso garantir direitos aos trabalhadores, como o direito a desligar, mas também o direito a uma habitação digna.
“Estamos a trabalhar numa regulamentação do teletrabalho de forma a que não se torne a regra para todos, mas de forma a que não ignoremos que esta pandemia nos colocou em casa a trabalhar pelas vias digitais, mas que isso tem de obedecer necessariamente à garantia dos direitos dos trabalhadores”, disse a dirigente socialista, que salientou dois dos direitos que considera prioritário garantir melhor.
“Desde logo o direito a desligar, desde logo o direito que todos temos de ter a boas tecnologias para podermos desempenhar bem o trabalho”, enunciou Ana Catarina Mendes.
Mas, salientou, “o teletrabalho não é falarmos de um computador em casa, é falarmos de condições de habitação com dignidade que garantam que a pessoa possa prestar bem o seu trabalho”.
Ana Catarina Mendes disse que a pandemia veio acelerar a agenda digital, da qual destacou o teletrabalho, mas também salientou que, se essa aceleração pode ser mais fácil para os mais jovens, não o será para os mais velhos. “Não podemos aumentar desigualdades”, defendeu, pedindo aos jovens socialistas que tenham atenção aos mais velhos e os ajudem na transição.
A terminar, a dirigente socialista também pediu ajuda à juventude do seu partido para defender a democracia e a liberdade. “Há quem neste momento queira fragilizar as instituições, explorando o medo e a exploração do medo dá lugar a fenómenos que são preocupantes para as nossas democracias”, afirmou Ana Catarina Mendes, apelando a uma Juventude Socialista comprometida com o cumprimento da democracia, o combate às desigualdades a garantia dos direitos de todos.
“Se é verdade que vivem duas crises muitos difíceis para a vossa geração, está nas vossas mãos garantir que não se destrói a democracia e garantir que há oportunidades que têm de ser criadas para os mais jovens e para os mais velhos”, concluiu Ana Catarina Mendes no congresso, que decorre em Leira, mas também está a ser transmitido pelas redes sociais.