18 dez, 2020 - 16:58 • Lusa
O candidato presidencial André Ventura acredita que vai passar a uma segunda volta nas eleições de janeiro, com Marcelo Rebelo de Sousa, e acusou a adversária Ana Gomes de fazer uma campanha contra o Chega.
Em declarações aos jornalistas no Tribunal Constitucional, onde entregou 10.250 assinaturas para formalizar a candidatura, André Ventura criticou ainda a postura da adversária Ana Gomes neste período pré-eleitoral, acusando-a de fazer campanha contra o Chega.
“Estou convencido de que ficaremos à frente da dra. Ana Gomes, que é quem está a polarizar o voto mais à esquerda. Aliás, pelas suas prestações televisivas, não tem feito outra coisa se não falar do Chega, da ilegalização, que não dava posse a governos do Chega... acha que eu sou racista, xenófobo, ou seja, não faz campanha por ela, só faz contra mim. Quando alguém só faz campanha contra o outro e não a favor das suas ideias, geralmente os portugueses vão em sentido contrário”, disse.
Perto de cinco dezenas de apoiantes aplaudiram o líder do partido da extrema-direita parlamentar, à chegada e à partida, gritando: “André vai em frente, tens aqui a tua gente”.
“Há cinco anos, Marcelo Rebelo de Sousa tinha, nesta altura, 62% das intenções de voto e acabou com 52%. Na verdade, ele está a ocupar espaço à esquerda e não à direita. Acredito que a esquerda ainda vá, durante a campanha, subtrair mais votos a Marcelo Rebelo de Sousa e que ele não vai chegar aos 50%”, desejou.
O jurista de 37 anos e natural de Algueirão/Mem-Martins garantiu que vai, caso seja eleito, jurar cumprir e fazer cumprir a atual Constituição, mas, “dentro dos mecanismos que ela prevê, procurar alterá-la dentro do que for possível” para mudar o regime radicalmente.
“A outra hipótese era dizer que defendo uma mudança agressiva de regime. Acredito na democracia como forma de transformação. A Constituição não é uma bíblia que caiu do céu e que nunca mais pode ser alterada. Está nas mãos do povo português a capacidade de a alterar”, afirmou.
O antigo vereador em Loures pelo PSD defendeu ainda “menos deputados, penas judiciais mais elevadas” e “um sistema fiscal diferente.
Em declarações à Lusa, Ventura adiantou que o ex-dirigente da Aliança em Santarém, o empresário Rui Paulo Sousa, de 53 anos, vai ser o mandatário nacional da candidatura do presidente do Chega, acumulando as funções com as diretor de campanha.
Este antigo “simpatizante do CDS-PP”, formado em Gestão, começou a atividade profissional na área da tecnologia e da informática e foi cabeça-de-lista do partido Aliança no distrito de Santarém nas eleições legislativas de 06 de outubro de 2019.
Logo a seguir às Legislativas2019, juntou-se ao recém-formado partido da extrema-direita parlamentar e foi depois eleito vogal da direção nacional do Chega na II Convenção Nacional do Chega, em setembro, em Évora.