04 jan, 2021 - 23:22 • Eunice Lourenço
Ana Gomes, candidata presidencial, ex-eurodeputada socialista, defende que deveria ser feita uma reavaliação das Forças Armadas e que os militares devem fazer mais tanto no combate à pandemia como no combate aos fogos. A política de segurança e defesa foi uma das áreas em que a antiga embaixadora marcou as diferenças com Marisa Matias, a candidata apoiada pelo Bloco de Esquerda.
O debate, que decorreu na SIC Noticias, foi em grande parte marcado pelas diferenças.
Primeiro, Ana Gomes disse que a candidatura de Marisa Matias se insere “numa lógica de partido” enquanto ela é uma “candidata independente que procura congregar todos os que defendem a democracia”.
Ana Gomes disse que até hoje não percebe porque é que o Bloco de Esquerda votou contra o último Orçamento. E, em matéria de diferenças, lembrou também que defende o euro e o plano de recuperação da União Europeia.
Marisa Matias defendeu-se, em relação ao Orçamento, considerando que só apresentava soluções esgotadas e que até defende que “há condições para novos acordos” à esquerda.
“Não precisamos de um Presidente que mantenha os bloqueios em relação à saúde, à banca e ao trabalho”, afirmou a candidata bloquista, que associa o Presidente Marcelo à dificuldade em avançar com medidas nesses sectores.
Bastante questionadas sobre o que pensam de outro candidato, André Ventura, ambas tentaram fugir às respostas, argumentando que vai debater com ele.
Mas Ana Gomes aproveitou para esclarecer o que queria dizer quando defendeu uma ilegalização do Chega: se for eleita Presidente pedirá à Procuradoria Geral da República que suscite junto do Tribunal Constitucional uma reavaliação do Chega tendo em conta não só o seu programa, mas também a sua prática e as propostas do partido liderado por André Ventura.
Quanto ao que farão se tiverem um resultado inferior ao de André Ventura, Ana Gomes disse que não deixará a política porque foi política toda a vida. “Estou convicta que vencerei André Ventura”, respondeu, por seu lado, Marisa Matias.
O debate começou com o assunto do momento – o caso do currículo do procurador europeu José Guerra – com ambas as candidatas a dizerem que é preciso ainda ouvir mais explicações por parte da ministra da Justiça.