08 jan, 2021 - 19:38 • Lusa
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O presidente do CDS-PP acusa o Governo de não ter tomado medidas em tempo útil “por preconceito ideológico” e estar agora a “correr atrás do prejuízo”, admitindo que estão em cima da mesa vários cenários de confinamento.
Em declarações aos jornalistas, no final de uma audiência com o primeiro-ministro, António Costa, em São Bento, sobre um eventual agravamento das medidas de combate à covid-19 em Portugal, Francisco Rodrigues dos Santos apontou a reunião de terça-feira com os epidemiologistas no Infarmed como decisiva para o executivo optar entre algumas hipóteses possíveis.
“Desde logo, um confinamento geral exatamente idêntico ao que tivemos a partir de março por um período de 15 dias, inicialmente, ou um confinamento mais do estilo do que tivemos a partir de maio e que ocorrerá pelo mesmo período de tempo”, afirmou.
Para o líder do CDS-PP, um novo confinamento deve ser “solução de último recurso e tomada apenas como “medida excecional”.
“O CDS está muito alarmado com estes números escandalosos de mortos e de infetados dos últimos dias. O Governo não tomou medidas em tempo útil e continua a correr atrás do prejuízo”, acusou, apontando que muitos especialistas reclamam a necessidade de mais testes e mais inquéritos epidemiológicos.
"Momento de travagem"
“O Governo contempla a ideia de novas medidas rest(...)
O presidente dos democratas-cristãos lamentou ainda que tenha sido rejeitada uma proposta a que o partido chamou ‘via verde para a saúde’, e que passava pela contratualização com os privados e setor social de consultas e exames para permitir que os doentes não covid não fossem tão prejudicados pela pandemia.
“O CDS entende que a cegueira ideológica deste Governo levou ao colapso do Serviço Nacional de Saúde e é preciso dizer que o rei vai nu”, criticou.
Acompanhado pelo líder parlamentar do CDS-PP, Telmo Correia, e pelo ‘vice’ do partido António Carlos Monteiro, Rodrigues dos Santos defendeu ainda que todos os idosos deveriam ter sido incluídos na primeira fase do plano de vacinação e não apenas aqueles que residem em lares ou têm determinadas doenças associadas.
Questionado quem deveria sair dessa primeira fase para que todos os idosos fossem vacinados mais rapidamente, o líder do CDS-PP remeteu essa reflexão para os especialistas em saúde pública.
“Numa primeira fase, devem ser priorizados os que têm maior taxa de letalidade, os idosos são os que estão a morrer mais por covid-19 e deveriam ser colocados a salvo desta pandemia para acabar de vez com esta bancarrota moral”, defendeu.
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.899.936 mortos resultantes de mais de 88 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 7.590 pessoas dos 466.709 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
O estado de emergência decretado em 9 de novembro para combater a pandemia foi renovado com efeitos desde as 00h00 de 8 de janeiro, até dia 15.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.