08 jan, 2021 - 20:04 • Lusa
O presidente do PSD afirmou esta sexta-feira que a queixa-crime contra o primeiro-ministro, por declarações que os sociais-democratas consideraram ofensivas contra três seus destacados militantes, só avançará se algum dos visados desencadear esse processo.
Esta explicação foi dada por Rui Rio no final de uma audiência com o primeiro-ministro, António Costa, em São Bento, depois de questionado pelos jornalistas sobre o facto de a Comissão Permanente do PSD ter divulgado um comunicado na quinta-feira, no qual se avançava com a intenção de ser apresentada uma queixa-crime contra António Costa.
No final do Conselho de Ministros, António Costa acusou o eurodeputado Paulo Rangel, o antigo ministro Miguel Poiares Maduro e o deputado Ricardo Batista Leite de estarem envolvidos numa campanha para denegrir a imagem externa do país durante a presidência portuguesa do Conselho Europeu.
Hoje, sobre esta polémica, Rui Rio manteve que o PSD "considera que, face às afirmações proferidas pelo primeiro-ministro, "se justifica e há matéria para queixa-crime".
"Se os visados a quiserem fazer, o PSD, solidariamente, acompanha essa queixa-crime. Não pode ser o PSD sozinho a fazer isso, até porque o partido não é diretamente visado. Visados foram três esses militantes", Paulo Rangel, Miguel Poiares Maduro e Ricardo Batista Leite.
Primeiro-ministro dirige estas acusações a Paulo R(...)
Ou seja, de acordo com o presidente dos sociais-democratas, "se algum dos três militantes o quiserem fazer, então o PSD está solidário e acompanha".
"Compete a cada um deles decidir se o faz ou não. Penso que é não", acrescentou.
Na quinta-feira, o PSD anunciou que iria apresentar uma queixa-crime contra o primeiro-ministro, depois de António Costa ter acusado Paulo Rangel, Miguel Poiares Maduro e Ricardo Batista Leite de estarem envolvidos numa campanha para denegrir a imagem externa do país.
"As declarações de António Costa, ao afirmar a existência de uma campanha contra o nosso país, sem justificação ou fundamentação, revelam sem margem para dúvida um exercício delirante e inaceitável das funções de primeiro-ministro", criticou o partido, num comunicado da Comissão Permanente do PSD, núcleo duro da direção.
O partido considerou que "a acusação individualizada de três destacados militantes do PSD, agrava essa irresponsabilidade e justifica a apresentação de uma queixa crime contra o primeiro-ministro, junto do Ministério Público".
Numa publicação na rede social Twitter, um dos visados, Miguel Poiares Maduro, escreveu que não tenciona apresentar qualquer queixa-crime.
"Aprecio e agradeço a solidariedade do meu partido, mas não tenciono apresentar qualquer queixa-crime. Acredito que em democracia não há forma mais forte de censura do que a tem lugar na política", disse.
Também o eurodeputado Paulo Rangel, citado pelo Público, afastou a possibilidade de apresentar uma queixa-crime, justificando que coloca a questão no plano político.