12 jan, 2021 - 18:46
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A evolução da situação epidemiológica em Portugal leva a Iniciativa Liberal (IL) a admitir ponderar se mantém ou altera o voto contra a renovação do estado de emergência por causa do aumento do número de casos e mortes por Covid-19.
O deputado João Cotrim de Figueiredo falava após a conversa telefónica com o Presidente da República, que está a ouvir os partidos à distância.
A IL diz que se mantêm os pressupostos que levaram o partido a opor-se ao estado de emergência, mas reconhece que a situação é suficientemente diferente para aguardar pela redação do decreto, que só será conhecido ainda esta terça-feira.
João Cotrim de Figueiredo rejeita passar um “cheque em branco” ao Governo, mas reconhece que a situação atual é mais grave e são precisas medidas para aliviar a pressão sobre o Serviço Nacional de Saúde (SNS).
“É forçoso reconhece que a atual situação pandémica não é a mesma que tínhamos há dez meses. Hoje, a capacidade hospitalar e de rastrear e seguir os casos que vão sendo identificados está no limite. Qualquer erro de cálculo pode redundar em sofrimento e perdas de vida de portugueses”, sublinha o deputado liberal.
“Desse ponto de vista, consideramos que a situação é suficientemente diferente para termos de olhar com rigor para a redação definitiva do decreto que chegará mais logo ao fim do dia, para podermos ver qual é a posição e o sentido de voto da Iniciativa Liberal”, remata João Cotrim de Figueiredo.
O primeiro-ministro aponta para um confinamento com a duração de um mês e com aulas presenciais para os alunos até aos 12 anos. O anúncio foi feito por António Costa no fim da reunião desta terça-feira no Infarmed.
Manuel Carmo Gomes, epidemiologista da Faculdade de Ciências de Lisboa, avisou durante a reunião que, se nada for feito, "de 11 em 11 dias vamos duplicar o número de casos".
Este especialista deixou ainda estimativas que considerou preocupantes, revelando que no fim de janeiro Portugal registará cerca de 14 mil casos por dia, mesmo com medidas de confinamento. Este especialista prevê que no dia 24 de janeiro se atinja um número de óbitos na ordem dos 154. Manuel Carmo Gomes refere ainda que já será difícil evitar atingir o número de internados em cuidados intensivos para os 700.