15 jan, 2021 - 07:00 • Manuela Pires
A operação eleições já dura há vários meses, mas o presidente da Câmara de Cascais decidiu fazer uma ronda pelas quatro freguesias do concelho para verificar quais são os problemas de última hora. Em Cascais estão inscritos 8.233 eleitores para o voto antecipado em mobilidade, 77% são residentes no concelho.
Na sala de reuniões da Junta de Freguesia de São Domingos de Rana, a presidente Maria Fernanda Gonçalves traz consigo duas folhas A4 e algumas inquietações.
“O principal problema que temos aqui é no Grupo Recreativo 1.º de Maio, porque o pavilhão tem apenas uma entrada, e como vai ter quatro mesas de voto, precisamos de umas baias para definir os percursos”, diz.
Carlos Carreiras sugere, então, transferir duas mesas de voto para a sede do grupo recreativo que fica mesmo ao lado e o problema fica resolvido.
São Domingos de Rana tem perto de 50 mil eleitores, é a segunda maior do concelho. Aqui os locais de voto são os mesmos, mas há duplicação das mesas de voto, cada uma com mil eleitores inscritos.
Há ainda outra situação numa escola onde nas salas grandes estariam duas mesas de voto, mas o presidente da Câmara propõe outra solução.
Esta é uma “operação logística brutal, nunca nenhuma autarquia teve de fazer face a uma operação tão complexa como esta” desabafa Carlos Carreiras à Renascença.
O concelho de Cascais tem cerca de 180 mil eleitores e, nesta operação, estão envolvidas perto de mil pessoas.
Para além do voto nas prisões e nos hospitais, há o voto por antecipação no dia 17 de janeiro, o voto nos lares de idosos de das pessoas em isolamento nos dias 19 e 20 de janeiro e depois o dia das eleições, o domingo 24 de janeiro.
Vamos por partes: o voto por antecipação é no mercado da vila e uma vez que o número de eleitores inscritos quadruplicou, o presidente da câmara já teve de aumentar o espaço disponível.
“As mesas do voto antecipado têm apenas 500 eleitores, por isso montámos uma tenda para colocar mais mesas, até agora são já mais de cinco mil os inscritos” diz Carreiras.
A próxima fase são os eleitores que estão em lares de idosos e os que estão em isolamento ou infetados com Covid-19.
As inscrições para este voto terminam apenas na segunda feira mas em Cascais as equipas estão já preparadas para ir a casa das pessoas “não vamos entrar em casa, temos todos os equipamentos de proteção social, entre a PSP, a proteção civil e os representantes da câmara vamos garantir a recolha dos votos que têm de ser colocados num envelope dentro de uma caixa que vai depois ficar de quarentena”, relata o autarca.
No dia das eleições, 24 de janeiro o município decidiu que os locais de votação são os mesmos, exceção feita para a freguesia de Cascais e Estoril que tinha apenas dois locais de voto e passa a ter oito. As mesas de voto mais do que duplicaram. Cada mesa de voto tem apenas mil eleitores e é necessário garantir o distanciamento e criar percursos de entrada e saída.
Na reunião com a presidente da Junta de freguesia de São Domingos de Rana que tem perto de 50 mil eleitores, a segunda maior do concelho, o autarca ficou ainda a saber que já está resolvido mais um problema, o número de pessoas que vão estar nas mesas de voto.
“Até há uns dias faltavam 100 pessoas que já conseguimos garantir, mas para além disso temos uma bolsa de mais 30 pessoas em cada freguesia porque há pessoas que podem ficar dentes ou em isolamento”.
Em Cascais o presidente da Câmara decidiu comprar 100 mil canetas para os eleitores que vão estar disponíveis nas mesas de voto.
A caneta vai ter o número da 'Linha Cascais' para onde os eleitores podem telefonar para tirar duvidas no próprio dia das eleições.