21 jan, 2021 - 06:00 • José Pedro Frazão
Paulo Rangel acredita que Marcelo Rebelo de Sousa será um presidente da República "muito mais interventivo" num eventual segundo mandato. Para o eurodeputado social-democrata, Marcelo deve acabar por seguir a tradição seguida pelas Presidências anteriores.
"Como vamos ver com Marcelo Rebelo de Sousa, porque isso é uma constante de todos os segundos mandatos, o presidente vai ser muito mais interventivo. Aquilo que estou a dizer não é por desejar ou deixar de desejar, é uma constante. O presidente Sampaio dissolveu o Parlamento com maioria absoluta", lembra Rangel que evoca também o segundo mandato de Soares em Belém e o discurso de posse de Cavaco Silva com um ataque muito forte a José Sócrates.
Questionado sobre os impactos das presidenciais na direita, Paulo Rangel considera que André Ventura pode apenas ser a expressão de um mero voto de protesto como o PRD em 1985.
"Já não é apenas a contestação às ideias que ele representa e que são ideias altamente questionáveis e lamentáveis sob muitos pontos de vista, mas é o próprio estilo. Não excluo que seja apenas um episódio de voto de protesto. Vimos isso com o PRD em 1985", recorda o eurodeputado do PSD na Renascença.
Já o secretário-geral adjunto do PS, José Luis Carneiro, não revela o seu sentido de voto nas presidenciais por considerar dever manter neutralidade nas interveções públicas devido ao seu cargo.
O deputado socialista reconhece que os votos socialistas estão dispersos pelas candidaturas de Marcelo Rebelo de Sousa, Ana Gomes e João Ferreira mas considera que o Presidente recandidato prestigiou as funções presidenciais sempre em defesa dos valores da Constituição.
"Foi um desempenho de grande respeito pelos deveres constitucionais, pela separação de poderes e ao mesmo tempo de prestígio no desempenho dessas mesmas funções. O atual Presidente da República Marcelo Rebelo Sousa tem sido o garante pleno dos direitos e dos valores constitucionais", afirma o número dois de António Costa no Partido Socialista, respondendo a Paulo Rangel que diz que António Costa "matou o PS para as Presidenciais".