24 jan, 2021 - 22:30 • Redação
Veja também:
O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, desvaloriza o resultado alcançado por João Ferreira no Alentejo.
O candidato apoiado pelo PCP e pelos Verdes ficou atrás de André Ventura em Beja, Évora e Portalegre mas "isso significou que tivemos de ir encontrar muitos votos novos", defendeu o líder comunista.
"Por isso mesmo, valorizamos este resultado, pretendíamos mais, o João merecia mais mas, de qualquer forma, tendo em conta esse voto novo, tendo em conta a dimensão dos apoios de muitos democratas e patriotas que encontraram nesta batalha e nesta candidatura um ponto de convergência.", acrescentou Jerónimo que, noutr plano, considerou que "a reeleição de Marcelo Rebelo de Sousa à primeira volta traduz o resultado expectável de uma elaborada promoção deste candidato que, para além da vantagem ímpar decorrente do exercício das funções presidenciais, beneficiou da fabricação de um unanimismo ensaiado".
Dirigindo-se aos jornalistas, após a reação do candidato João Ferreira às projeções eleitorais, o líder comunista considera que a renovação de mandato do atual Presidente "coloca a possibilidade real de, para lá das palavras, o agora reeleito presidente da República exercer um segundo mandato com um alinhamento ainda mais explícito com os objetivos e os interesses e agenda de direita que nunca deixou de estar presente no desempenho das suas funções"
Jerónimo de Sousa enalteceu, contudo, "o valor e significado próprios da candidatura de João Ferreira que colocou como nenhuma outra o valor do trabalho e dos trabalhadores, dos serviços públicos, da liberdade e da democracia no centro da sua intervenção e que deu, como nenhuma outra, o significado do que a Constituição da República representa enquanto referencia par uma política de progresso social, de garantia e de afirmação de direitos".
Questionado sobre o impacto do resultado destas presidenciais na sua continuidade como secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa diz que é "uma questão que está fora de causa", explicando que o partido "fez a opção, de forma ampla e democrática, em relação à sua direção e essa direção em relação ao secretário-geral.
"Ainda havemos de nos ver mais vezes", rematou o líder comunista.