25 jan, 2021 - 01:27 • Pedro Filipe Silva , Inês Rocha (vídeo)
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À entrada do “quartel general” do Chega saltava à vista o aparato das televisões, mas também outro pormenor: as barreiras que cercavam o perímetro do Hotel Marriott.
A polícia foi chegando aos poucos, com carrinhas e carros cheios de agentes.
Lá dentro, o palco estava montado e uma enorme tela led servia de cenário.
É enorme a diferença em relação à noite eleitoral das Legislativas 2019 (nessa noite havia apenas um microfone e uma tela de papel, numa sala minúscula).
Com o passar das horas, chegavam cada vez mais jornalistas. A equipa do hotel teve de montar mais mesas.
Entre este aparato habitual que marca o inicio da noite eleitoral, surge a primeira (e também habitual) reação à abstenção.
Uma hora depois, quando começaram a surgir os dados das primeiras projeções, a comunicação social estava pronta para entrar em direto.
Faltava menos de um minuto e eis que grita um segurança a pedir para os jornalistas saírem da sala e voltarem a entrar para fazerem o controlo.
O não a esse pedido foi redondo e coletivo.
Entretanto o mandatário nacional Rui Paulo Sousa entrou na sala para reagir às projeções e para dizer que este era “um resultado histórico que mostra que os portugueses querem mudar este país”. O porta voz do partido sublinhava ainda que continuavam a pensar em atingir o segundo lugar.
Depois desta reação, um dos elementos da segurança e outro da assessoria de imprensa do Chega vieram ter com cada um dos jornalistas para verificar a acreditação. Minutos depois, Rui Paulo Sousa teve de voltar à sala, mas para esclarecer este episódio.
“Tratou-se apenas de uma verificação das credenciais” porque a sala é limitada.
“Houve muitos jornalistas que se credenciaram em cima da hora e que ultrapassando largamente o número que estava previsto”.
O mandatário nacional lamentou o sucedido e sublinhou que “acreditamos, como é óbvio, na liberdade de imprensa. Não queríamos que os jornalistas saíssem desta sala.” Assunto resolvido.
Rui Paulo Sousa terminou esta declaração, perto das nove da noite, com a promessa de que André Ventura iria falar às 22h00. O tempo passou, passou e passou. André Ventura só surgiu na sala 23h30, já depois de Ana Gomes falar.
O líder do Chega falou numa noite histórica e cumpriu o que prometeu.
Ao ficar atrás de Ana Gomes e não conseguir atingir os 15% colocou o lugar à disposição. Fez ainda questão de sublinhar que o partido ficou à frente de João Ferreira, Marisa Matias e Tiago Mayan Gonçalves. André Ventura puxou dos galões para dizer que “foi quebrado o “mito das terras de esquerda e comunistas”, ao relembrar que o Chega ficou à frente do PCP no Alentejo.
André Ventura repetiu uma frase já muito usada e dirigiu-se diretamente ao PSD: “Não haverá governo em Portugal sem o Chega”.
Por fim quis agradecer aos portugueses pelo “estalo no sistema”, um estalo que amanhã será uma avalanche, promete.
E por entre gritos “Ventura! Ventura és grande!” começou a tocar o hino nacional.