26 jan, 2021 - 12:27 • Lusa
A CGTP realçou, esta terça-feira, os níveis de participação nas eleições presidenciais de domingo em contexto de pandemia e exige que os próximos cinco anos de Marcelo Rebelo de Sousa sejam de ação na defesa “efetiva” da Constituição.
“Não ignorando a elevada abstenção verificada, a CGTP-IN realça os níveis de participação no ato eleitoral que, sem deixar de ter em conta o contexto de preocupação que se vive, confirmou que os portugueses compreendem que a democracia não está suspensa sendo possível, se asseguradas as devidas medidas de segurança sanitária, exercer os direitos que a Constituição consagra”, refere a CGTP em comunicado.
“Nos próximos cinco anos exigimos da Presidência da República uma ação que, mais do que proclamar, efetivamente defenda, cumpra e faça cumprir a Constituição da República Portuguesa (CRP)”, acrescenta.
Para a CGTP, é no cumprimento do projeto inscrito na CRP, nos valores, direitos, liberdades e garantias que esta consagra, desde logo com a valorização do trabalho e dos trabalhadores, “que reside o melhor antídoto contra projetos antidemocráticos que querem ajustar contas com os valores de Abril”.
Presidenciais 2021
O Presidente da República conseguiu a reeleição co(...)
“É, designadamente, no reforço do Serviço Nacional de Saúde, no desenvolvimento da escola pública, na garantia da proteção social e de serviços públicos de qualidade que reside o futuro do país”, acrescenta.
A CGTP-IN continuará a marcar a agenda da luta, a desenvolver a sua intervenção e luta pelo esclarecimento e mobilização dos trabalhadores, “pela promoção da unidade na ação, pelos direitos contra as desigualdades e as discriminações, pela solidariedade contra o individualismo”.
Para a central sindical, é assim tempo de dar resposta aos problemas nacionais, de implementar uma política que aumente a produção, assegure o pleno emprego e promova uma justa distribuição da riqueza, com a valorização do trabalho e a dignificação dos trabalhadores.
No discurso da vitória, o Presidente releito começ(...)
“É tempo de dar efetiva resposta às brutais dificuldades que muitos milhares de trabalhadores, reformados e as suas famílias enfrentam, devido às opções económicas e sociais que se aprofundaram no quadro do surto epidémico, desequilibradas a favor do capital e com consequências na redução de retribuições, no aumento do desemprego e da pobreza, nos aproveitamentos do patronato, sempre a tentar retirar ou limitar direitos”, refere.
A CGTP promete que irá intensificar a ação: “este é o compromisso da CGTP-IN, nos locais de trabalho, empresas e setores, com destaque para a grande Jornada de Luta Nacional, convocada para 25 de fevereiro, para garantir o aumento geral dos salários e a fixação do salário mínimo nos 850 euros no curto prazo, combater a precariedade e efetivar o direito ao trabalho com direitos”.
“Encetar, de forma gradual, uma redução do tempo de trabalho sem perda de remuneração; rejeitar todas as tentativas patronais de desregulamentação do tempo de trabalho; revogar as normas gravosas da legislação laboral, desde logo a norma da caducidade e a reintrodução do princípio do tratamento mais favorável para dinamizar a contratação coletiva, reforçar a intervenção do Estado, com mais e melhores serviços públicos, investir na defesa do ambiente e de um desenvolvimento harmonioso e sustentável”, afirma.
Os portugueses votaram para a Presidência da Repúb(...)
Marcelo Rebelo de Sousa, com o apoio do PSD e CDS, foi reeleito Presidente da República nas eleições de domingo, com 60,70% dos votos, segundo os resultados provisórios apurados em todas as 3.092 freguesias e quando faltava apurar três consulados.
A socialista Ana Gomes foi a segunda candidata mais votada, com 12,97%, seguindo-se André Ventura, do Chega, com 11,90%, João Ferreira (PCP e Verdes) com 4,32%, Marisa Matias (Bloco de Esquerda) com 3,95%, Tiago Mayan Gonçalves (Iniciativa Liberal) com 3,22% e Vitorino Silva (Reagir, Incluir e Reciclar - RIR) com 2,94%.
A abstenção foi de 60,5%, a percentagem mais elevada de sempre em eleições para o Presidente da República.