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Crise no CDS. Demitiram-se três membros da direção

28 jan, 2021 - 10:37 • Marta Grosso , Paula Caeiro Varela

A Renascença já confirmou a saída de Filipe Lobo d'Ávila. Raúl Almeida e Isabel Menéres Campos são os outros demissionários. À Renascença, Nuno Melo já admitiu estar disponível para assumir a liderança para unir o partido e “sarar feridas”.

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Acelera-se a crise no CDS. O primeiro vice-presidende, Filipe Lobo d’Ávila, pediu a demissão na quarta-feira à noite, confirmou a Renascença nesta quinta-feira. Consigo leva Raúl Almeida e Isabel Menéres Campos, também membros da direção do partido, avança o “Expresso”.

Os três elementos fazem parte do grupo Juntos pelo Futuro, que representa quase 15% do CDS.

Com estas saídas, o presidente, Francisco Rodrigues dos Santos, fica sem maioria interna.

Em entrevista conjunta à Renascença e ao jornal "Público", Nuno Melo, atualmente eurodeputado do CDS, manifestou, na quarta-feira à noite, disponibilidade para se candidatar à liderança do partido.

Em entrevista ao programa Hora da Verdade, o centrista considera que a atual situação no CDS está a “arrastar o partido para o fundo”, pelo que não se opõe a um congresso antecipado, mas também não lhe dá força.

Assume, por outro lado, ter a capacidade de unir o partido e defende que é preciso “sarar feridas” com mais de 20 anos.

As saídas surgem ainda na mesma semana em que Adolfo Mesquita Nunes pediu um congresso extraordinário. Rodrigues dos Santos reagiu, dizendo que "mal seria" se "navegasse ao sabor de um artigo de opinião".

"O CDS é um partido democrático, tem regras próprias e também tem órgãos próprios. Esta direção do partido está legitimamente em funções e mal seria se navegasse ao sabor de um artigo de opinião manifestado por qualquer ex-dirigente do partido", defendeu.

Nas presidenciais de 24 de janeiro, o CDS apoiou o candidato Marcelo Rebelo de Sousa. Marcelo ganhou e Francisco Rodrigues dos Santos fez um discurso de vitória, destacando "o pior resultado de sempre da esquerda", mas não convenceu muitos dos militantes e, menos ainda, grandes nomes do partido.

Pensando já nas autárquicas, os líderes do CDS e do PSD reuniram-se na quarta-feira para afinar estratégias. Até meio de fevereiro, deverão assinar um acordo-quadro que exclui a possibilidade de coligações com o Chega.

"Este acordo não vai dizer que só há coligações com o CDS e com mais ninguém. Tirando o Chega logo se verá", explicou Rui Rio.

Francisco Rodrigues dos Santos, antigo líder da Juventude Popular, apresentou-se à liderança do CDS como alguém capaz de “surpreender” e de fazer uma “renovação” nos quadros e “reposicionar” o partido como a “âncora da direita”.

Foi o que disse na Renascença, em meados de janeiro de 2020, em entrevista ao Hora da Verdade, programa conjunto com o jornal "Público".

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