03 fev, 2021 - 16:37 • Lusa, com redação
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O Bloco de Esquerda (BE) questiona o Governo sobre o facto da equipa clínica alemã, que chegou esta quarta-feira a Portugal, ir trabalhar no Hospital da Luz, considerando urgente esclarecer esta decisão e se esta unidade hospitalar privava fica sob gestão do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
A equipa clínica alemã, formada por 26 profissionais de saúde, que chegou hoje a Portugal vai trabalhar no Hospital da Luz, em Lisboa.
Numa pergunta enviada ao Ministério da Saúde e a que a agência Lusa teve acesso, o BE considerou que “esta é uma situação que precisa de ser urgentemente esclarecida”, referindo que “essa ajuda deveria servir para reforçar a capacidade de resposta do SNS e, através desse reforço aliviar a pressão”.
“A ministra da Saúde tem dito que o problema é a falta de profissionais e que se eles existissem seria possível expandir as repostas de internamento e de UCI [Unidade de Cuidados Intensivos]. Há hospitais do SNS que foram expandindo, ao longo da pandemia, os seus espaços de cuidados intensivos e que se tiverem reforço de profissionais podem maximizar as duas respostas. Mas, a decisão parece ter sido, afinal, colocar estes profissionais no hospital da Luz. Porquê? Este hospital e seus recursos foram requisitados e estão agora sob gestão do SNS?”, questionou o deputado Moisés Ferreira.
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Assim, o BE pretende que o ministério liderado por Marta Temido esclareça “que hospitais públicos foram auscultados para a integração destes profissionais” e quais os hospitais do SNS “referem a necessidade de mais profissionais para aumentar a sua resposta em UCI”.
O número de camas que o Governo pretende abrir com a chegada desta equipa da Alemanha é outra das respostas que os bloquistas esperam obter.
“Foi estabelecido algum protocolo ou acordo com o hospital da Luz ou proceder-se-á à requisição dos recursos necessários, sob gestão do SNS, neste e noutros hospitais do setor privado e social, de forma a aumentar a capacidade de internamento no país?”, pergunta ainda.
A equipa é constituída por 26 profissionais de saúde, entre os quais seis médicos, que trazem também 40 ventiladores móveis e 10 estacionários, 150 bombas de infusão e outras tantas camas hospitalares.
Em comunicado, o Hospital da Luz explicou esta terça-feira que em reposta ao apelo do Ministério da Saúde, “foi possível realocar doentes, recursos e adaptar espaços, em tempo recorde”, de forma a disponibilizar um núcleo de “mais oito camas de cuidados intensivos” que permitirá à equipa alemã trabalhar num espaço único, “proporcionando-lhes condições de maior eficiência no tratamento de doentes graves”, provenientes de hospitais públicos da região de Lisboa.
A equipa contará, segundo o Hospital da Luz, “permanentemente com o apoio de todos os recursos clínicos” daquela unidade, nomeadamente das especialidades médicas de apoio à UCI (unidade de cuidados intensivos), patologia clínica, exames de imagiologia, bem com a garantia das cadeias de abastecimento de consumos clínicos e fármacos.
As camas agora disponibilizadas vão reforçar a capacidade de resposta para tratamento de doentes covid no Hospital da Luz Lisboa, totalizando atualmente 106 camas, das quais 25 destinadas a cuidados intensivos, pode ler-se no comunicado.
A ministra da Saúde foi ao aeroporto de Figo Maduro receber a equipa clínica alemã. Marta Temido adiantou que com a chegada desta ajuda o Serviço Nacional de Saúde dispõe de mais oito camas de cuidados intensivos.
O Hospital da Luz, que receberá a equipa germânica, dispunha de instalações, mas não de profissionais de saúde, acrescentou Marta Temido.
Em comunicado, o Ministério da Saúde explica que “o trabalho realizado na região de Lisboa e Vale do Tejo permitiu encontrar disponibilidade do Grupo Luz Saúde para, realocando doentes, recursos e adaptando espaços, em tempo recorde, disponibilizar um núcleo de mais 8 camas de cuidados intensivos”.
Esta opção permitirá à equipa alemã “trabalhar num espaço único, proporcionando-lhes condições de maior eficiência no tratamento de doentes graves provenientes de hospitais públicos da Região de Lisboa”.
“A operacionalização desta colaboração será efetuada mediante acordo específico a celebrar entre a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo e o Grupo Luz Saúde, estando desde já assegurado que a gestão das 8 camas agora disponibilizadas funcionará num quadro de articulação com a Comissão de Acompanhamento da Resposta Nacional em Medicina Intensiva para a Covid-19”, sublinha o Ministério da Saúde.