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Iniciativa Liberal e Chega defendem abrandamento das medidas de confinamento

09 fev, 2021 - 16:46 • Paula Caeiro Varela , com redação

Deputados dos dois partidos contra mais seis semanas de confinamento geral. Presidente da República está a ouvir os partidos com assento parlamentar com vista à renovação do estado de emergência.

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A Iniciativa Liberal (IL) e o Chega, que foram ouvidos esta terça-feira pelo Presidente da República sobre a renovação do estado de emergência, defendem um abrandamento de algumas medidas de confinamento decretadas no âmbito da pandemia de Covid-19.

A IL mostra surpresa com a possibilidade assumida pelo primeiro-ministro, António Costa, de que pode ser preciso manter o confinamento até final de março.

O deputado João Cotrim de Figueiredo diz que, apesar de a fase crítica ainda estar longe de ser ultrapassada, os dados da reunião desta terça-feira no Infarmed revelam que é possível e desejável aliviar algumas medidas, sob pena de a economia não resistir.

“Eu fiquei um pouco surpreendido com o senhor primeiro-ministro dar isso como adquirido, porque eu penso que haverá, sobretudo a partir do final do mês de fevereiro, condições para reponderar com muita prudência, rigor e muita base em elementos científicos, relaxamento de algumas medidas”, defende o deputado da IL.

O liberal começaria o desconfinamento por situações que considera “mais danosas, quer para a desigualdade de Educação quer para a saúde mental, que começa a ser um problema sério para grande parte da população”.

João Cotrim de Figueiredo considera que mais seis semanas de confinamento geral, ao nível atual, poderá tornar estes problemas irreversíveis.

“Eu acho que há razões para considerar, muito antes do fim de março, o relaxamento de medidas, muito cirúrgicas, muito bem ponderadas e nunca dando a entender que temos a pandemia sob controlo, porque não a teremos enquanto a vacinação não produzir imunidade de grupo”, frisou.

Depois da reunião por videoconferência com o Presidente da República, o líder da IL também revelou que Marcelo Rebelo de Sousa foi sensível a rever no decreto do estado de emergência algumas proibições, como a do surf, da pesca ou outros desportos individuais, como atletismo.

Há proibições a mais, que não são eficazes para o combate à pandemia, mas prejudicam a saúde mental, reforçou João Cotrim Figueiredo.


Já o deputado único do Chega, André Ventura, disse após a audiência com o Presidente da República que quer um modelo de confinamento diferente, com escolas abertas e o pequeno comércio e restauração a funcionar.

André Ventura considera que Portugal está a “caminhar a passos largos para o precipício e, se o Governo não vê isto a tempo, quando quisermos remediar pode já ser tarde demais”.

O deputado defende um modelo “equilibrado” de confinamento “até ao verão”, mais brando, que permita o regresso do ensino presencial e reabertura progressiva do pequeno comércio, restauração e hotelaria.

Se essas questões forem acauteladas, André Ventura admite rever o voto contra do Chega na renovação do estado de emergência.

O primeiro-ministro considerou, esta terça-feira, que o atual confinamento está a produzir resultados contra a covid-19, mas é necessário prolongá-lo face aos elevados níveis da pandemia e continuar a investir na testagem massiva e na capacidade de rastreamento.

Esta posição foi transmitida por António Costa na sua conta pessoal na rede social Twitter, depois de mais uma reunião no Infarmed, em Lisboa, sobre a evolução da situação epidemiológica em Portugal.

"É bastante evidente que o atual confinamento tem de ser prolongado por mais tempo", declarou esta terça-feira a ministra da Saúde. Marta Temido admite a continuação das atuais restrições até meados de março.

Marta Temido, que falava aos jornalistas após uma reunião com especialistas na sede do Infarmed, em Lisboa, diz que "as medidas adotadas estão a resultar", mas é preciso continuar com restrições para travar a pandemia de Covid-19.

Portugal regista esta terça-feira mais 203 mortes por Covid-19, 2.583 novos casos e menos 274 internados, indica a Direção-Geral da Saúde (DGS).

Desde a chegada da pandemia ao país, no início de março do ano passado, estão confirmados 15.557 mortes e 770.502 casos.

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