17 fev, 2021 - 12:34 • Paula Caeiro Varela , Cristina Nascimento
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O ministro dos Negócios Estrangeiros diz que os atrasos na vacinação contra a Covid na Europa devem-se apenas ao incumprimento contratual das empresas que produzem a vacina.
“O processo está em curso com as dificuldades conhecidas, na origem das quais uma e uma única razão: a incapacidade de várias das empresas contratadas, e em particular da Astrazeneca, em cumprir as metas que contratualmente e livremente assinaram”, disse Augusto Santos Silva.
O governante explicou que, decorrentes destes problemas, “a provisão de vacinas disponíveis neste semestre será bastante inferior aquela que estava contratualmente estabelecido”.
Santos Silva referiu especificamente a Astrazeneca, adiantando que, no caso português, em linha com a “generalidade dos estados-membros”, Portugal vai dispor no segundo trimestre “de cerca de metade do número de doses com que inicialmente se contava”.
Apesar de reconhece estas dificuldades, o responsável pela diplomacia portuguesa não tem dúvidas que todo o processo correria pior se não tivesse existido a decisão de procuração comum por parte da União Europeia.
“A solução europeia é a melhor solução e é a solução que defende os interesses da União Europeia como um todo e, em particular, dos estados membros da União Europeia que não são grandes economias, nem grandes estados”, disse Santos Silva, reconhecendo benefícios particulares para Portugal.
“Portugal, e muitos outros estados membros, estaria muito pior se não tivesse havido esta decisão de colocar toda a capacidade negocial da União Europeia ao serviço de todos e se não tivesse havido esta decisão de proceder uma distribuição das vacinas cujo único critério é a respetiva população”, acrescentou.
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No plano económico, Augusto Santos Silva falou sobre a resposta europeia à crise económica. Oito dos 27 estados-membros já assinaram a respetiva ratificação nacional, mas falta concluir esse processo, o que só deve acontecer no “decurso do mês de abril”.
“A nossa expectativa continua a ser que tenhamos na primavera concluído este processo de ratificação em todos os 27 estados membros”, disse o ministro, adiantando que só depois a Comissão Europeia “contrair nos mercados 750 mil milhões de euros de empréstimo para financiar o fundo de recuperação e resiliência que, por sua vez, financiará os planos nacionais de recuperação e resiliências”.
Santos Silva fez ainda um ponto de situação relativamente ao andamento deste dossier a nível nacional, garantindo que “Portugal tem-se distinguido por ser dos países que vão mais à frente nesse processo”.
“Iniciou-se ontem a consulta pública sobre o projeto de versão final do nosso plano que contamos apresentar à comissão nos primeiros dias de março”, rematou o chefe da diplomacia portuguesa.