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Chega contra novo estado de emergência sem sinais de "reabertura faseada"

23 fev, 2021 - 16:28 • Redação, com Lusa

Governo optou por um "modelo radical" porque falhou na preparação da pandemia, afirma o deputado André Ventura após uma audiência com o Presidente da República.

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André Ventura acha que o Governo vai manter sem alteração o confinamento até à Páscoa, mas não é sensato, para o líder do Chega, manter tudo fechado sem alteração.

O deputado falava aos jornalistas no final da reunião com o Presidente da República sobre a renovação do decreto do estado de emergência.

“Vou arriscar, mas acho que o Governo vai manter o mesmo nível de confinamento. Criou-se uma certa obsessão com a Páscoa nesta matéria, devido ao que aconteceu o Natal e no Ano Novo, embora os cenários sejam completamente diferentes, não é comparável”, afirma André Ventura, que vota contra a renovação do estado de emergência se nada mudar.

O deputado do Chega admite que a situação não é fácil, mas defende que é preciso olhar para o exemplo de outros países, que não encerraram totalmente.

“Nós compreendemos que esta não é uma situação fácil de legislar, não seria fácil para nenhum partido, mas temos de olhar para o que se está a passar lá fora. Provavelmente, não há país na Europa que tenha uma vida social como Espanha tem e optou por não fechar tudo, e tem uma economia muito frágil como a nossa.”

André Ventura acusa o Governo de ter seguido um “modelo radical” de confinamento, porque “falhou a preparação” para uma nova vaga da pandemia de Covid-19

“Nós optámos por um modelo radical porque falhámos no verão na preparação da pandemia e agora vamos fazer isto para todos pagarem ao longo dos próximos meses”, lamenta o deputado.

“O Chega vai manter o sentido de voto caso não sejam dados estes sinais de uma reabertura faseada. Se forem dados, admitimos viabilizar este estado de emergência, se a lógica for manter tudo fechado voltaremos a votar contra, porque consideramos que este confinamento está a destruir mais do que a ajudar”, afirmou André Ventura.

André Ventura defendeu, por um lado, que o Governo deveria - tal como foi pedido pelo chefe de Estado há quinze dias - apresentar um plano de reabertura das escolas, considerando que “os pais não podem estar em casa sem saber o que vai acontecer”.

“O que temos tido é versões contraditórias de ministros e isto tem dado o pior sinal político ao país”, afirmou.

Por outro lado, o deputado e presidente do Chega considerou que, apesar de os especialistas do Infarmed ainda não terem consensualizado critérios para um desconfinamento, “o país tem de começar este processo”.

“Parece-nos errado esperar pela Páscoa para fazer um desconfinamento absoluto e total, parece-nos razoável começar por um desconfinamento gradual, que pode incluir lojas de menor dimensão, cafés e restaurantes fora dos centros comerciais e algumas empresas de serviços, como cabeleireiros. Parece-nos que é um sinal político que tem de ser dado”, defendeu.

André Ventura alertou que, se o país continuar totalmente fechado, os custos sociais e económicos vão ser ainda maiores.

“Continuar nisto é um absurdo, é ser masoquista e vamos todos pagar por isto”, disse, alertando que “vai haver um momento em que vai faltar a comida na mesa e o dinheiro na carteira”.

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