24 fev, 2021 - 12:10 • Maria João Costa
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O ministro dos Negócios Estrangeiros diz-se “otimista e solidário”. Augusto Santos Silva admite que os atrasos no fornecimento das vacinas contra a Covid-19 poderão ter consequências quer em Portugal quer no âmbito da cooperação, mas explica que, “por haver dificuldades temporárias, não significa que se deixe de cooperar” com os outros países.
Nesta quarta-feira, na apresentação do balanço dos primeiros meses de aplicação do Plano de Ação na Resposta Sanitária à pandemia Covi-19 entre Portugal, os Países de Língua Oficial Portuguesa e Timor-Leste, ao lado da ministra da Saúde, Augusto Santos Silva esclareceu que estima “iniciar o processo de distribuição dos 5% de vacinas” no âmbito da cooperação bilateral, “o mais cedo possível, ao longo do próximo semestre”.
Questionado sobre os detalhes desse processo de vacinação, Santos Silva disse que “ainda é cedo”, mas que estão a ser trabalhados os planos de vacinação, bem como a “formação de agentes” que irão administrar as vacinas.
Na primeira fase, o plano – que envolve Portugal, os PALOP e Timor-Leste – já implicou um investimento de três milhões de euros, bem como a disponibilização mais de 800 mil itens de material médico e de proteção individual.
Também no âmbito deste plano, explicou em conferência de imprensa perante vários embaixadores o chefe da diplomacia portuguesa, foram já realizadas 27 ações de formação, dado apoio técnico e realizados pelo menos cinco voos humanitários com material para países como Cabo Verde, São Tomé e Guiné Bissau.
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Na segunda fase, para a qual se avança agora, vai “continuar o esforço” de enviar “material e dar formação”, sublinhou Santos Silva, acrescentando que serão também distribuídos “dezenas de milhares de testes” de diagnóstico.
Quanto à vacinação, o ministro avançou com o número de “um milhão” de doses que serão alocadas aos países com os quais Portugal coopera.
À margem do encontro, e questionado sobre o voo de repatriamento de portugueses do Brasil que será realizado no sábado, dia 27, o ministro dos Negócios Estrangeiros admitiu a possibilidade de “realizar outros voos”, se “o desta semana não “esgotar os pedidos e necessidade de deslocação” existentes.
Na conferência de imprensa, a ministra da Saúde, Marta Temido disse, no início da sua intervenção, que, “quando cooperamos, estamos num processo de ganhos e aprendizagem mútuos”. Reconhecendo que o “futuro é repleto de incertezas e interrogações”, referiu que “unidos estaremos melhor para enfrentar os desafios”.
Questionada pela Renascença sobre os atrasos no fornecimento de vacinas, nomeadamente da AstraZeneca, e que efeitos poderá ter no plano de vacinação em Portugal, a ministra da Saúde admitiu “dificuldades”.
“O revés que tem havido nas quantidades entregues face às quantidades contratadas é uma realidade. Mas o futuro não se apresenta sempre como nós o desejamos. Temos de trabalhar para aperfeiçoar aquilo que são as circunstâncias. Por isso, temos acompanhado aquilo que são os esforços de várias companhias no sentido de melhorar a sua capacidade produtiva, designadamente ao nível europeu, e acompanharemos também aquilo que são os esforços que a AstraZeneca tem feito no sentido de melhorar a sua capacidade produtiva, garantindo as quantidades contratadas à Europa”, referiu Marta Temido.
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