07 mar, 2021 - 21:49 • Lusa
O deputado único do Chega, André Ventura, anunciou este domingo que vai questionar na segunda-feira o gabinete do primeiro-ministro acerca das "despesas supérfluas" da presidência portuguesa do Conselho da União Europeia.
Num comunicado o dirigente do partido explica que quer respostas do Governo sobre despesas superiores a 35 mil euros com uma empresa vinícola, um contrato de quase 40 mil euros para compra de 360 camisas e 180 fatos, e sobre 260 mil euros gastos para equipar um centro de imprensa.
O Chega cita uma notícia de um "conceituado jornal norte-americano", e destaca como "curioso" ter sido a imprensa internacional "a desenvolver um trabalho de investigação sério, o que mostra bem como a comunicação social portuguesa está, alguma condicionada, e outra pactuante, com o exercício de poder deste Executivo".
O jornal europeu Politico (em https://www.politico.eu) escreveu no dia 04 que apesar de a pandemia de covid-19 ter levado Portugal a ter uma "presidência fantasma", gastou-se dinheiro "como se estivesse à espera de eventos presenciais" como norma.
A notícia dá conta das despesas em equipamentos, bebidas e vestuário, além do dinheiro gasto para equipar o centro de imprensa, embora as conferências de imprensa sejam "online".
E cita a porta-voz da presidência, Alexandra Carreira, que disse que Portugal não podia "ignorar a possibilidade" de fazer reuniões físicas num futuro próximo.
No comunicado hoje divulgado o Chega diz que não se compreende como tais despesas são justificáveis, num momento de crise como o atual e quando as reuniões são na maioria virtuais. E o investimento no centro de imprensa, acrescenta, também foi um desperdício, porque a imprensa tem optado por estar presente de forma online.
"E como se todo este festival de desperdício e de falta de noção social não fosse suficiente, o Governo assinou ainda contratos de patrocínio para os seis meses de Presidência que vão contra aquelas que são as boas práticas recomendadas pela União Europeia", acrescenta o Chega no comunicado.
E diz ainda: "O Governo socialista está apenas a levar a cabo as práticas que tão bem lhe são conhecidas e que já levaram o país à bancarrota num passado muito próximo e, mais uma vez, consegue fazê-lo sem que as autoridades competentes escrutinem o seu trabalho, o que dá uma terrível imagem das instituições portuguesas".