16 mar, 2021 - 20:12 • Susana Madureira Martins , Filipe d'Avillez
Rui Rio assume que é estratégico para o partido enfraquecer o PS nas autarquias.
O líder do PSD reconhece que é difícil, mas assume que o objetivo é comum ao CDS.
“É muito importante conseguirmos nas próximas eleições autárquicas enfraquecer esta quase hegemonia do PS no poder autárquico. O PS, decorrente das eleições de 2017, tem mais presidentes de câmara, neste momento, que os outros todos juntos.”
“É este o patamar que queremos enfrentar juntos, para que deixe de ser assim. Como tenho dito, e com os pés assentes na terra, é muito difícil nós conseguirmos ter mais presidentes de câmara que o PS numa só eleição, na exata medida em que o diferencial é de 62 câmaras, é muita coisa, mas reduzir fortemente este diferencial é um objetivo estratégico que temos de prosseguir e que estamos empenhadamente a prosseguir, tanto o PSD como o CDS.”
Na mesma linha vai o líder do CDS. Francisco Rodrigues dos Santos refere que para a direita social e popular é essencial derrotar a geringonça nestas autárquicas: “derrotar a esquerda, no maior número de câmaras possível, é um passo essencial para mudarmos a página da geringonça. Quando os portugueses reclamam uma mudança, é obrigação dos partidos políticos colocarem-se ao lado dessa aspiração.”
“Eu acredito que um caminho de convergência política entre o CDS e o PSD é desejado pelos portugueses não socialistas e que vai dar os seus frutos. Já deu frutos nos Açores e também dará bons resultados em muitos lugares de Portugal, já nas próximas eleições autárquicas, contribuindo para derrotar a esquerda e assim melhorar as condições de vida dos portugueses.”
Ainda não é certo em quantos concelhos vale o acordo de coligação assinado esta terça-feira entre o CDS e o PSD, mas certo é que o CDS não vai deixar de apoiar Rui Moreira numa candidatura ao Porto e que o PSD de Rui Rio obviamente não o fará.
O líder do PSD avisa Francisco Rodrigues dos Santos e Rui Moreira que a campanha do PSD vai ser agressiva, mas não espera atritos com o presidente do CDS por causa disso. “Agora nós no Porto iremos fazer seguramente uma campanha agressiva e quem sabe se o CDS até nem vai acabar por nos dar razão a dada altura, face à agressividade e ao atrito da nossa campanha com aquilo que tem sido a gestão no Porto. Mas passando a brincadeira, não há problema por aí.
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Quer Francisco Rodrigues dos Santos, quer Rui Rio assumem a importância vital destas eleições para as respetivas lideranças e partidos. O líder do CDS, pelo menos, não espera uma derrota.
“De facto eu e o Rui Rio temos tido uma história com algumas parecenças. O Rui, também tentaram derrubá-lo em conselho nacional e não conseguiram, a mim tentaram derrubar-me em conselho nacional e também não foram bem-sucedidos, e eu atrevo-me a dizer, para aqueles que esperam que as eleições autárquicas sejam um ponto final nas nossas lideranças, também não vão conseguir, porque acredito que vamos conseguir bons resultados, porque é a isso que nos propomos com a celebração deste acordo.”
Respondendo à mesma questão, Rui Rio é mais evasivo. “Vamos aguardar, naturalmente, aquilo que vai ser o resultado das eleições autárquicas em outubro ou em novembro, e logo se verá o que acontece.”
O acordo assinado entre os dois partidos, que é também uma espécie de carta de princípios, e inclui muitos alertas aos candidatos a autarcas, com Rio a avisar que quem ultrapassar o que está financeiramente estipulado paga as dívidas de campanha do seu próprio bolso.