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Operação Marquês

António Costa recusa responder a Sócrates e destaca "bons exemplos" como Telma Monteiro

17 abr, 2021 - 19:06 • Redação com Lusa

Sócrates falou em "profunda canalhice", o primeiro-ministro preferiu focar-se na campeã europeia de judo em -57 kg.

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António Costa recusou, este sábado, responder às críticas feitas pelo antigo primeiro-ministro socialista José Sócrates e salientou que se deve ter presentes "os bons exemplos", como o da judoca Telma Monteiro.

À margem da condecoração da campeã europeia de judo em -57 kg com a medalha de Honra ao Mérito Desportivo, o primeiro-ministro foi questionado se queria responder às acusações de Sócrates, que em resposta ao presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, acusou o seu "mandante" na liderança do PS de "profunda canalhice".

Com Fernando Medina a seu lado, António Costa não quis responder a Sócrates, tendo dito apenas aos jornalistas: "Hoje [este sábado] estamos a falar da Telma Monteiro, que é o que conta. São os bons exemplos que devemos ter presentes, que devemos seguir e que nos devem guiar."

"Foi a Telma Monteiro que me trouxe aqui, foi o judo português que me trouxe aqui, e é sobre o judo português e a Telma Monteiro que eu quero falar", sublinhou o primeiro-ministro, fechando, para já, o assunto.

Troca de acusações


Na quarta-feira, em entrevista à TVI, José Sócrates atribuiu as críticas de Fernando Medina ao seu "mandante" na liderança do PS, que acusou de "profunda canalhice" e de "ajustar contas com a sua covardia moral".

José Sócrates fez estas acusações sem nunca mencionar o nome do secretário-geral do PS e primeiro-ministro, António Costa.

No dia anterior, também na TVI, Medina afirmara que o facto de José Sócrates ter sido pronunciado por crimes de branqueamento de capitais e de falsificação de documentos pelo Tribunal Central de Instrução Criminal é inaceitável do ponto de vista ético e corrói a vida democrática.

No dia seguinte à reação de José Sócrates, no espaço de debate com Fernando Taborda, na Renascença, o presidente da Câmara de Lisboa negou ter sido "mandado" por Costa para criticar Sócrates:

"As declarações que fiz resultam de um ato de reflexão, de consciência e comprometem-me a mim exclusivamente, como responsável político, como responsável que tem intervenção pública regular e de quem sente que tem uma obrigação de cidadania para com a sua cidade, o seu país e digo em cada momento aquilo que em consciência entendo dever dizer."

António Costa esquiva-se


O primeiro-ministro tem recusado comentar o desenvolvimento do processo judicial Operação Marquês. No dia em que foi conhecida a decisão instrutória, na semana passada, António Costa disse apenas que já respondeu há seis anos e que agora nada tinha a acrescentar.

José Sócrates, inicialmente acusado de 31 ilícitos, vai a julgamento por três crimes de branqueamento de capitais e três de falsificação de documentos, os mesmos por que está pronunciado Carlos Santos Silva.

Dos 28 arguidos do processo, foram pronunciados apenas cinco. Foram ilibados, entre outros, Zeinal Bava e Henrique Granadeiro, o empresário Helder Bataglia e o ex-administrador do Grupo Lena Joaquim Barroca.

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