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Deputado bloquista Luís Monteiro nega acusações de violência doméstica e diz que foi ele a vítima

06 mai, 2021 - 00:50 • Lusa

O Bloco de Esquerda reiterou que “a violência é inaceitável” e que “o recurso à justiça é a forma de apurar factos e punir abusos”.

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O deputado do BE Luís Monteiro negou esta quarta-feira as acusações de violência doméstica de que foi alvo e garantiu que “nunca agrediu qualquer mulher”, afirmando ter sido ele “vítima de agressões sucessivas, violência verbal e ameaças” ao longo desse namoro.

O esclarecimento publicado nas redes sociais de Luís Monteiro surge depois de uma denúncia feita no Twitter por Catarina Alves na terça-feira ao fim do final do dia, não se tendo o BE pronunciado até ao momento.

“Andei a proteger o meu agressor para não perder amigos. Que grande burra. Homens ficam do lado de homens sempre. Podem chamar-lhe Luís Monteiro, a mim chamam-me louca”, pode ler-se na publicação no Twitter de Catarina Alves.

O deputado e candidato do BE à Câmara de Vila Nova de Gaia declarou ter considerado que chegou o momento em que não lhe é possível “continuar calado face ao que se está a passar” já que tem sido “reiteradamente confrontado com insinuações, que, entretanto, oscilam com acusações” que procuram fazer dele “um agressor”.

“Nunca agredi a mulher que diz ter sido agredida por mim. Esta costuma ser a primeira frase que os agressores usam. Vou ignorar tal facto e dizer a verdade. Nunca agredi a mulher em causa, que foi minha namorada de fevereiro a outubro de 2015, e nunca agredi qualquer mulher. Condeno qualquer ato de violência, mas sobretudo este tipo de violência”, assegurou.

Luís Monteiro diz que, pelo contrário, nos meses em que manteve essa relação foi “vítima de agressões sucessivas, violência verbal, ameaças” e “sujeito a um processo” do qual afirma que não saiu ileso.

“Jamais contaria o que me aconteceu se não fosse obrigado e felizmente, entre tantos factos infelizes, tenho a sorte de ter várias testemunhas que presenciaram o que relato e que me apoiaram em vários momentos em que precisei”, referiu.

O deputado do BE acrescenta ainda que tomou conhecimento posteriormente “de que situação semelhante foi vivida por outros homens que mantiveram relações com a mulher em causa, alguns de forma muito dramática”.

“Lamento profundamente tudo o que está a acontecer; pelos meus camaradas, pela Catarina Alves e porque admito que seja um problema que não domina, por mim, por todas as mulheres que estão a viver processos de exposição dolorosos que não deveriam ser misturados com este, por todos aqueles que são confrontados com estes factos e que se sentem divididos. Não deveria acontecer”, lamentou.

Luís Monteiro concluiu este esclarecimento sublinhando que continua “a acreditar que, em situações como esta, o princípio da presunção da inocência deve ser relevado em prol da vítima”.

“É verdade que quase sempre a vítima é uma mulher, mas comigo não foi assim”, afirmou.

O BE reiterou esta quarta-feira que “a violência é inaceitável” e que “o recurso à justiça é a forma de apurar factos e punir abusos”, numa reação às acusações ao seu deputado Luís Monteiro, já negadas pelo próprio.

Numa curta posição oficial do partido enviada à agência Lusa, o BE assegura que “mantém a mesma posição em todas as circunstâncias”.

“A violência é inaceitável, as vítimas devem ser protegidas e o recurso à justiça é a forma de apurar factos e punir abusos”, defende o partido.

Comentários
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  • Não me surpreende
    06 mai, 2021 Lisboa 11:20
    Lamentavelmente isto acontece em todos os partidos. E eu digo isto sendo de esquerda e tendo votado no Bloco de Esquerda em diversas ocasiões. Já tive experiências com homens que eram associados ao Bloco de Esquerda e/ou diziam votar nesse partido mas era tudo hipocrisia e fachada. Incapazes de comunicar, quer na cama quer fora dela, e incapazes de compreender o significado da palavra "não", tentando insistir comigo para fazer coisas que eu não queria. No meu caso não aconteceu nada que fosse considerado crime (apesar de nem por isso ser revelador de uma completa falta de decência e merecedor de um pontapé num certo sítio, até porque consentir uma experiência sexual não implica consentir tudo). Se a direita é o desastre que todos sabemos, a esquerda tinha a obrigação de fazer o que prega e de não integrar esse tipo de gente nas suas fileiras.

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