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Eduardo Cabrita sem "condições para estar no Governo", diz Rui Rio

07 mai, 2021 - 19:48 • Lusa

Ministro da Administração Interna tem desempenho "muito fraco", afirma o líder do PSD num comentário à situação no concelho de Odemira.

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O líder do PSD, Rui Rio, disse hoje, em comentário à situação que se vive em Odemira, que se fosse primeiro-ministro, o ministro Eduardo Cabrita "não tinha condições para estar no Governo" porque tem tido um desempenho "muito fraco".

"Eu não tenho de pedir demissões de ministros porque isso é o primeiro-ministro que deve decidir. O máximo que posso dizer é que se eu estivesse no lugar de primeiro-ministro, se um ministro que se comporta desta maneira, estava ou não estava no Governo? E o ministro Eduardo Cabrita, se eu fosse primeiro-ministro, não tinha condições para estar no Governo, mas não é só exclusivamente por causa de Odemira, é por todo o seu desempenho", referiu Rui Rio.

Em declarações aos jornalistas à margem do Conselho Estratégico Nacional (CNE) que esta tarde decorre no Porto, Rio não poupou críticas ao Governo socialista na condução do caso, lembrando que "já em 2018" o relatório anual de Segurança Interna alertava para a situação de Odemira.

"O ministro [da Administração Interna] Cabrita tem um desempenho muito fraco", referiu Rui Rio.

Além do Ministério da Administração Interna, o presidente do PSD enumerou outros Ministérios que "tinham obrigação de estar a par e a tratar do caso", apontando o dedo ao Ministério da Justiça "porque a polícia anda a investigar", bem como ao Ministério do Trabalho "por ter a obrigação de ir lá ver as condições, ou falta delas, em que as pessoas lá estavam a trabalhar".

"A Polícia Judiciária, segundo as notícias que vieram a público, anda a investigar há mais de dois anos. Eu pergunto: se demora dois anos a investigar o que está à vista de todos, não sei para que serve a investigação a não ser para se dizer que se está a fazer", acrescentou.

Um total de 49 imigrantes que trabalham na agricultura no concelho de Odemira, no distrito de Beja, todos com testes negativos para o novo coronavírus SARS-CoV-2, que provoca a covid-19, foram realojados, tendo uns sido colocados no Zmar e outros na Pousada da Juventude de Almograve, na quinta-feira de madrugada.

As freguesias de Longueira-Almograve e São Teotónio, no concelho de Odemira, estão em cerca sanitária desde a semana passada por causa da elevada incidência de covid-19 entre os imigrantes que trabalham na agricultura na região.

Quanto à requisição civil do complexo turístico ZMar Eco Experience, na freguesia de Longueira-Almograve, para alojar pessoas em confinamento obrigatório ou permitir o seu "isolamento profilático", Rui Rio disse estar "convencido" que o Governo vai "ultrapassar juridicamente" o facto do Tribunal ter aceitado a providência cautelar dos proprietários, mas que isso "não quer dizer que politicamente concorde" com a forma como o executivo de António Costa atuou.

"O Governo tem meios, nesta fase, para ultrapassar a providência cautelar. Depois o Tribunal voltará a decidir (...). Mas isso não quer dizer que politicamente eu concorde que um Governo não olhe para o que se passa em Odemira durante anos e anos e de repente mande tudo para lá, faça uma requisição civil, mande a GNR invadir propriedade privada. É tudo um desastre como é óbvio", considerou.

Rui Rio quer que se exija às empresas que recrutaram os trabalhadores imigrantes que "ofereçam condições de trabalho decentes", sublinhando que estas "têm de cumprir regras e respeitar os Direitos Humanos".

"E depois a tal investigação tem de apanhar as redes de tráfego humano que ali existem. É absolutamente inadmissível em qualquer parte do mundo, particularmente num país europeu. Isto não é um país de quinto mundo, é um país europeu", concluiu.

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