10 mai, 2021 - 00:32 • Redação, com Lusa
A direção de Informação da RTP "repudia as declarações" do secretário de Estado Adjunto e da Energia, João Galamba, que chamou "estrume" e "coisa asquerosa" ao programa "Sexta às 9" da estação pública.
"As palavras que proferiu atentam contra o bom nome da RTP e da sua jornalista Sandra Felgueiras e desrespeitam a liberdade de Informação", refere a direção da RTP, numa mensagem publicada no Facebook do programa.
A direção de Informação do canal público considera que "vindas da parte de um membro do governo" as declarações "assumem particular gravidade. Mas nem por isso condicionarão o trabalho dos jornalistas da RTP".
Nota da Direção de Informação da RTP: A Direção de Informação da RTP repudia as declarações expressas pelo secretário...
Publicado por Sexta às 9 - RTP em Domingo, 9 de maio de 2021
Num comentário publicado nas redes sociais, o secretário de Estado Adjunto e da Energia rotulou de "estrume" o programa "Sexta às 9", que tem transmitido várias peças sobre a exploração de lítio, mas depois João Galamba apagou a publicação.
O líder do CDS, Francisco Rodrigues dos Santos, insistiu este domingo na demissão do ministro Eduardo Cabrita e estendeu o pedido a João Galamba, acusando-os de “indignidade institucional”.
“Senhor primeiro-ministro, dê um duplo jackpot ao país e livre-se de Eduardo Cabrita e João Galamba, porque eu tenho a certeza de que não se revê nestas faltas de educação e na indignidade institucional que estes membros do Governo estão a revelar”, afirmou, na sessão de encerramento do X Congresso Regional do CDS-PP/Açores, em Angra do Heroísmo.
Francisco Rodrigues dos Santos, que já pediu por várias vezes a demissão do ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, na sequência da requisição civil no ZMAR, em Odemira, estendeu agora esse pedido ao secretário de Estado da Energia, João Galamba, acusando-o de ter atacado “de forma ordinária” um canal de televisão.
“João Galamba, qual ‘hater’, tornou-se um 'cowboy' do teclado no seu Twitter. Se há uns anos avisava, por SMS, um ex-primeiro-ministro de um processo judicial, agora destila ódio constantemente nas suas redes sociais”, disse, acrescentando que “um secretário de Estado que não percebe que sem jornalismo, mesmo que incómodo, não há democracia é um secretário de Estado que está a mais e tem de sair imediatamente deste Governo”.
O líder centrista reagiu ainda às acusações de Eduardo Cabrita de que o CDS-PP é um “náufrago”, alegando que o ministro “coleciona casos que o vão desacreditando, que são uma mancha para o país e que dão mau nome a este Governo”.
“Como é que um partido que governa a Madeira, que governa os Açores, que contribuiu para a eleição à primeira volta do Presidente da República da sua área política, que se prepara para crescer nas próximas eleições autárquicas pode estar náufrago?”, questionou.
“O único naufrágio que eu vejo aqui é o Ministério da Administração Interna, que brinca com a vida dos portugueses. Aloja trabalhadores agrícolas às 04:00 para os realojar às 14:00 do dia seguinte, por ver suspendida em tribunal uma medida que era inconstitucional”, acrescentou.