22 mai, 2021 - 20:16 • Lusa
O fundador do BE Fernando Rosas considerou este sábado urgente cuidar da formação dos quadros do partido e avisou para o risco de os bloquistas se desarmarem se for minimizado "o combate das ideias".
"É meu entendimento que o Bloco de Esquerda tem de dar uma outra atenção à luta no plano ideológico em geral e à formação dos seus quadros em particular", enfatizou Fernando Rosas, na sua intervenção na XII Convenção Nacional, que decorre até domingo em Matosinhos, no distrito do Porto.
O fundador do partido e ex-dirigente deixou um alerta à reunião magna e à futura direção do BE que sair deste fim de semana.
"Minimizar o combate das ideias ou afogá-lo na permanente urgência do imediato é correr o risco de nos desarmarmos, de insensivelmente nos transfigurarmos e de só dar por isso quando for tarde demais", avisou.
Para Rosas, "organizar e dinamizar a luta por que nova cultura emancipatória no vasto plano social e cuidar atentamente da formação dos quadros no plano interno" são "tarefas urgentes que devem vincular a Mesa Nacional" que será eleita no domingo.
Sobre a situação política nacional, o historiador referiu que "a direita tradicional tende a aliar-se com a nova extrema-direita porque esta lhe abre caminho para um novo tipo de regime e a extrema-direita encosta-se às velhas direitas porque essa é forma de chegar ao poder".
Na perspetiva de Fernando Rosas, "como se tem visto ultimamente, este confronto que opõe a extrema socialista ao campo das direitas neoliberais trava-se desde logo no terreno das ideias, das representações da vida e do mundo".
"Não haverá socialismo enquanto poder político se as ideias do socialismo não conquistarem a adesão larga e combativa de grande parte das classes trabalhadoras e do povo e não venceremos a ameaça antidemocrática das direitas se elas lograrem manter a hegemonia ideológica", afirmou, considerando que "todas as vitórias e todas as derrotas começam aqui".
Mas os avisos do fundador do BE não ficaram por aqui, apelando a que não haja distrações.
"O discurso passadista da direita e da extrema-direita para banalizar ou enaltecer o regime fascista, glorificar o domínio colonial não são só nem principalmente uma nostalgia serôdia, são a sementeira de um ambiente de nacionalismo xenófobo, racista e autoritário tendente a desbravar caminho para soluções políticas antipopulares e antidemocráticas", criticou.