22 mai, 2021 - 17:32 • Lusa
A eurodeputada do Bloco de Esquerda (BE), Marisa Matias, considerou este sábado que a posição do Governo português face ao conflito entre israelitas e palestinianos foi "uma vergonha e a pior de sempre".
Falando na XII Convenção Nacional do BE, que decorre até domingo em Matosinhos, no distrito do Porto, Marisa Matias vincou que o que se passa na Faixa de Gaza é "mesmo muito grave e a vergonha da humanidade", considerando essencial a solidariedade para com o povo palestiniano.
"E qual foi a posição do Governo português? A pior de sempre, uma vergonha, senti-me verdadeiramente envergonhada com as declarações do ministro dos Negócios Estrangeiros no Parlamento Europeu", afirmou.
E acrescentou: "não senhor ministro, não há equidistância de posição, não senhor ministro não há proporcionalidade, não senhor ministro a única posição decente que um país democrático pode ter em relação ao massacre da Palestina e de Gaza é de condenar os crimes de guerra contra o povo palestiniano, é defender sanções que permitam excluir das relações comerciais comuns os produtos produzidos nos colonatos, é garantir que, sim, a Palestina será livre".
Maria Matias fazia referência às declarações do ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, que a 18 de maio, em Bruxelas, apelou à "cessação imediata das hostilidades" entre israelitas e palestinianos e ao relançamento do processo político, a única forma de garantir estabilidade duradoura na região.
Intervindo num debate no Parlamento Europeu sobre o conflito israelo-palestiniano, em representação do Alto Representante da UE para a Política Externa, Josep Borrell, que sensivelmente ao mesmo tempo concluía a condução de uma videoconferência extraordinária de chefes de diplomacia dos 27 que convocou para abordar a situação no Médio Oriente, Santos Silva insistiu na necessidade de pôr fim às hostilidades "para que o processo político possa prevalecer sobre a violência e a confrontação militar".
Marisa Matias considerou que o que se passa nesta região não é um conflito, mas sim "ocupação, colonização e massacre".
"Estamos a falar de um Estado, como mais nenhum do mundo, que vive acima da lei e com todo o apoio do aparelho", sublinhou.