08 jun, 2021 - 18:17 • Redação
O Presidente da República não encontra razões para a polémica que envolve Pedro Adão Silva, que foi nomeado pelo primeiro-ministro para a organização dos 50 anos do 25 de abril.
“Não vejo qual seja a razão em termos de competência, de qualificação e conhecimento da realidade portuguesa para ser questionado”, disse esta terça-feira Marcelo Rebelo de Sousa, na Madeira.
Questionado pelos jornalistas sobre as críticas de PSD e CDS à nomeação de Pedro Adão e Silva, o chefe de Estado diz que em democracia “há quem goste e quem não goste”.
“A democracia significa que não há duas opiniões iguais sobre ninguém. Faz parte da lógica da democracia. Não vejo razão substancial para não exercer essa função. São as condições necessárias: o conhecimento da matéria, imaginação inventiva, é relativamente jovem em relação ao período do 25 de Abril, mas isso é compensado pelo facto de haver figuras mais velhas que viveram o 25 de Abril e compensam essa questão geracional”, sublinha Marcelo Rebelo de Sousa.
O Presidente da República, que está na Madeira para as celebrações do 10 de Junho, explica que a sua competência é escolher o presidente da comissão nacional das comemorações do 25 de Abril, que ficarão a cargo do antigo chefe de Estado Ramalho Eanes.
“Em qualquer caso, a designação que pertence ao Presidente é a da comissão nacional. Já sabem que é Ramalho Eanes, que ficou de propor nomes e até um número de membros da comissão nacional e eu aceitarei, obviamente, quaisquer que forem os nomes que ele proponha”, sublinha Marcelo Rebelo de Sousa.
Nestas declarações aos jornalistas, o Presidente defende a atual estrutura de três comissões para organizar as comemorações do 25 de Abril.
O presidente do PSD, Rui Rio, pediu hoje explicações ao primeiro-ministro sobre as escolhas de Pedro Adão e Silva para comissário executivo dos 50 anos do 25 de Abril e também de Ana Paula Vitorino para a Autoridade da Mobilidade e dos Transportes.
Em declarações aos jornalistas no parlamento, Rui Rio criticou sobretudo a nomeação de Pedro Adão e Silva, salientando que "é uma pessoa marcadamente do PS, que aparece nas televisões há muitos anos sempre a defender as posições do Governo e do PS e a atacar permanentemente as oposições".
"Para que é que é necessário nomear um comissário executivo com toda esta antecedência para comemorações que vão decorrer em 2024 e com o lugar a terminar em 2026? Vai ficar ao todo cinco anos e meio, a 4.500 euros por mês, dá seguramente mais de 320 mil euros ao todo", criticou.
O presidente do CDS-PP considerou que a escolha do socialista Pedro Adão e Silva para comissário das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril "insulta os portugueses" e exigiu ao primeiro-ministro que opte por "outra pessoa".
"António Costa, exijo que escolha outra pessoa, de preferência com indiscutível currículo para a função, reduza drasticamente os custos e a duração desta comissão... E tenha respeito pelos portugueses!", defendeu hoje Francisco Rodrigues dos Santos numa nota enviada aos jornalistas e divulgada nas redes sociais.