09 jun, 2021 - 23:35 • Filipe d'Avillez
Pedro Adão e Silva diz que não concebe as comemorações dos 50 anos do 25 de Abril sem o PSD como parceiro.
O comentador, que foi agora nomeado comissário executivo das comemorações dos 50 anos da Revolução dos Cravos, não gostou de ouvir Rui Rio dizer que este cargo era um prémio pelos seus comentários, ao longo dos anos, alegadamente ao serviço do PS.
Contudo, Adão e Silva recusa alimentar guerras políticas e, em declarações à TVI24, estendeu a mão a todos os partidos, incluindo os que o têm criticado, para participarem nestas comemorações.
“Não concebo as comemorações dos 50 anos do 25 de Abril sem o PSD como parceiro ativo”, afirmou, sublinhando que serão pedidas colaborações de todos os partidos do arco democrático, “contrariando esta tendência para não haver um espaço comum”.
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Questionado sobre se a polémica atual não criou um obstáculo para que isso acontecesse, Pedro Adão e Silva respondeu que “é óbvio que isto criou um obstáculo, mas a minha responsabilidade é contrariar isso em todos os momentos”.
Uma das principais acusações que têm sido feitas contra o comissário executivo das comemorações tem a ver com a remuneração, superior a quatro mil euros brutos por mês. Mas Pedro Adão e Silva rejeita qualquer polémica a esse respeito, dizendo que esse salário é essencialmente igual ao que aufere atualmente enquanto professor numa universidade pública, cargo que será suspenso pela duração do seu mandato.
“Eu passarei a ser Comissário Executivo e vou suspender o meu cargo na Universidade, que é pública. Para mim foi sempre natural que assim fosse, dou várias cadeiras, coordeno um programa de doutoramento. Eu quero dar aulas, mas não quero dar as aulas que dou e estou disposto a fazê-lo pró-bono. Isto vai substituir a minha remuneração. Vou trocar um salário de professor auxiliar por um equiparado a diretor-geral”, explica.
O comentador descartou ainda a questão relativa à dimensão da equipa e do facto de incluir um motorista, dizendo que esse funcionário estará ao serviço da comissão, e não dele pessoalmente.
“Ando quase sempre de transportes público. Isto é um motorista que existe na secretaria-geral e que estará ao serviço desta estrutura. Não é um motorista pessoal para eu andar a passear-me no banco de trás, o que aliás não faz nada o meu género.”
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Por fim, Adão e Silva explicou a razão para a duração do seu mandato, que começa agora e apenas termina em 2026, já dois anos depois do 25 de Abril de 2024. “O início será numa data simbólica, 24 de março de 2022, que é o primeiro dia em que passamos a ter mais dias de democracia do que tivemos de regime ditatorial. É também os 60 anos da crise académica liderada por Jorge Sampaio. É uma espécie de tiro de partida para o que veio a ser o 25 de Abril.”
“O ano de 76 é muito importante, porque é a primeira vez que os portugueses votam para escolher os seus representantes, na Madeira e nos Açores, nas autarquias, no Governo e ainda a Constituição”, explicou Pedro Adão e Silva.