15 jun, 2021 - 07:35 • Lusa
Os números de Covid-19 na Grande Lisboa estão a gerar uma troca de palavras entre Marcelo e Costa. O Presidente da República disse na Hungria, que “por definição, o Presidente nunca é desautorizado pelo primeiro-ministro”, depois de António Costa ter dito que ninguém pode garantir que não se volta atrás no processo de desconfinamento.
"Quem nomeia o primeiro-ministro é o Presidente, não é o primeiro-ministro que nomeia o Presidente", disse Marcelo Rebelo de Sousa em Budapeste, onde se encontra para assistir hoje ao primeiro jogo de Portugal no Euro2020.
O comentário foi feito segunda-feira, no mesmo dia em que o primeiro-ministro disse que ninguém pode garantir que não se volta atrás no confinamento e que o Governo adotará “em cada momento as medidas que se justifiquem perante o estado da pandemia”.
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“Se alguém pode garantir [que não se volta atrás no desconfinamento]? Não, creio que nem o senhor Presidente da República seguramente o pode fazer, nem o fez”, sublinhou António Costa numa conferência de imprensa no quartel-general da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO, na sigla em inglês), após a cimeira que reuniu os chefes de Estado e de Governo da Aliança.
Reagindo às declarações de Marcelo Rebelo de Sousa que, no domingo, sublinhou que, no que depender dele, não haverá "volta atrás" no processo de desconfinamento, António Costa disse que crê que as palavras do Presidente da República são “subscritas por 100% dos portugueses”.
“Não há qualquer português que possa dizer que deseja que haja um volte face no desconfinamento. Creio que 100% dirão aquilo que o senhor Presidente da República disse, que é: ‘ninguém deseja que não haja desconfinamento’”, apontou António Costa.
No domingo, Marcelo Rebelo de Sousa declarou que, no que depender do Presidente, não haverá "volta atrás" no processo de desconfinamento, e deu a Feira da Agricultura de Santarém como exemplo do "virar de página".
"Já não voltamos para trás. Não é o problema de saber se pode ser, deve ser, ou não. Não vai haver. Comigo não vai haver. Naquilo que depender do Presidente da República não se volta atrás", afirmou.