13 jul, 2021 - 15:48 • Susana Madureira Martins e Paula Caeiro Varela
Entre PS e PSD ninguém quer assumir que houve um acordo, mas o certo é que a lista de quatro nomes que será sujeita a votos é conjunta e a Renascença sabe que, para os socialistas, era fundamental que o "acordo histórico" entre os dois partidos de indicação da presidência do Tribunal Constitucional (TC) se mantivesse.
O PS estava escaldado com a forma como decorreu a eleição do actual presidente no início do ano, em que para o lugar os socialistas indicaram o nome de José João Abrantes, mas os juízes do TC acabaram por eleger João Pedro Caupers, escolhido assim colegialmente e não por um dos dois partidos.
O mandato de Caupers será apenas de dois anos e para as eleições de 2023 terá ficado garantido que a indicação será de um nome ligado ao PS. À Renascença fonte ligada ao processo refere mesmo que o "expectável" é que o próximo presidente "continue a ser de esquerda".
Notícia Renascença
Os dois partidos já entregaram no Parlamento os no(...)
Esta posição entende-se se tivermos em conta que o atual presidente do TC já participou, em 2014, numa ação do PS, "Novo Rumo" quando António José Seguro era secretário-geral dos socialistas. Ou seja, fica subentendido que Caupers até pode ter ligações ao PS, mas não ao atual partido liderado por António Costa.
A escolha dos nomes foi mantida sob reserva absoluta, quer por parte do PSD quer por parte do PS, e obrigou mesmo à intervenção dos líderes dos respetivos partidos - Rui Rio e António Costa - que concertaram entre si a decisão final.
Havendo esta garantia pode estar ultrapassado o impasse entre PS e PSD e, de uma assentada, serem eleitos pelo parlamento quatro nomes para o TC, com a mesma fonte a desabafar à Renascença um "espero que sim" face à pergunta se é mesmo desta que a eleição fica arrumada.