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Costa avisa: só pode pertencer à CPLP quem é democrata

17 jul, 2021 - 14:42 • Lusa

Posição foi assumida por António Costa em declarações aos jornalistas à margem da cimeira de Luanda da CPLP.

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O primeiro-ministro avisou hoje a Guiné Equatorial que só pode pertencer à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) se for democracia e referiu que este país entrou na organização nos tempos de Cavaco Silva e Passos Coelho.

Esta posição foi assumida por António Costa em declarações aos jornalistas à margem da cimeira de Luanda da CPLP, depois de interrogado sobre apelos feitos por vários responsáveis políticos da organização a favor do respeito pelos princípios da liberdade de imprensa e pelo fim da pena de morte.

"Há um problema com a Guiné Equatorial. Um problema que ninguém ignora, com a obrigação que tem no sentido de cumprir os compromissos que assumiu. Caso não os cumpra, não pode fazer parte desta comunidade. É um caso conhecido", respondeu o líder do executivo português.

Nesta cimeira de Luanda, perante o ministro dos Negócios Estrangeiros da Guiné Equatorial, Simeon Esono, segundo António Costa, todos os restantes Estados-membros "já reafirmam o que é sabido".

"A CPLP não é só uma comunidade de língua. Esta é uma comunidade cultural que assenta em valores partilhados. Quando começámos nem todos eram democracias, mas o espaço da democratização tem-se vindo a alargar na CPLP", sustentou o primeiro-ministro.

Depois, deixou um aviso ao regime da Guiné Equatorial: "Quem não tem vontade de ser democrata, quem não tem vontade de partilhar estes valores, esta não é a sua comunidade".

Perante a insistência dos jornalistas nesta questão relativa à Guiné Equatorial, o primeiro-ministro disse "que não vale a pena acrescentar-se mais nada em relação àquilo que todos sabem desde o início".

Neste contexto, fez uma alusão ao passado recente político em Portugal, quando Cavaco Silva era Presidente da República e Pedro Passos Coelho primeiro-ministro, "altura em que se deu esse passo relativamente à Guiné Equatorial", que entrou na CPLP.

"Há um tempo que se tem vindo a esgotar. Não sou só eu que faço 60 anos e a CPLP que faz 25 anos. Há já vários anos que a Guiné Equatorial tem por cumprir os seus compromissos" acrescentou.

A Guiné Equatorial aderiu à CPLP em 2014, na cimeira de Díli, mas esta foi uma decisão controversa, uma vez que o regime do Presidente Teodoro Obiang Nguema, que está no poder desde 1979, é acusado por organizações internacionais de violação dos direitos humanos e de perseguição à oposição.

Na altura, este país comprometeu-se a cumprir uma série de critérios de adesão, sendo um dos mais importantes a abolição da pena de morte, o que ainda não aconteceu.

Obiang não participou na cimeira de Luanda e fez-se representar pelo chefe da diplomacia.

Além desde país, integram a CPLP Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

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  • Álvaro Costa
    17 jul, 2021 Sines 15:56
    Os estatutos desta organizacao dizem,para ser membro,e só preciso ser democrata ?E a língua oficial falada no país, não terá de ser português?A Guiné Equatorial. terá laços com Portugal,assim tão fortes, para que seja um membro de pleno direito?Ou com qualqueroutros estados.OBrasil assobiou para o lado,eles teem mais assuntos importantes a resolver,para com os seus habitantes..O governo de Costa,e Marcelo,lá foram a correr cada um em seu avião,viva a república das bananas.

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