18 ago, 2021 - 17:01 • Lusa
A Comissão Política Nacional do PSD repudiou, esta quarta-feira, de maneira “veemente” as declarações do deputado socialista José Magalhães, que tinha sugerido a utilização de “cacetes terapêuticos” após uma ação de campanha de “marketing de guerrilha” do PSD/Seixal.
“A Comissão Política Nacional do PSD repudia veementemente as declarações públicas que o deputado socialista, José Magalhães, proferiu em relação ao PSD/Seixal e, nomeadamente, ao candidato social-democrata no âmbito da campanha para as eleições autárquicas”, lê-se num comunicado do Partido Social Democrata (PSD).
O PSD reagia assim às declarações do deputado socialista José Magalhães que, comentando uma publicação no Facebook do PSD/Seixal que dava conta de uma “ação revolucionária de ‘marketing’ de guerrilha” no âmbito das autárquicas, onde o partido tinha procedido à alteração dos nomes de várias ruas do município.
José Magalhães escreveu: "Uns cacetes terapêuticos não resolveriam o problema?".
Mostrando-se “solidário com o PSD/Seixal” e “lamentando” as declarações de José Magalhães, “que em nada prestigiam o espírito democrático existente em Portugal”, o PSD defende que o deputado socialista “recorreu a uma linguagem ofensiva e pouco própria de um combate democrático, chegando a sugerir agressões físicas ao candidato do PSD à Câmara Municipal do Seixal, Bruno Vasconcelos”.
“José Magalhães optou por um estilo que o PS tem vindo a seguir, expressando arrogância e comportando-se como se fossem os ‘donos disto tudo’”, frisa o partido.
No comunicado, o PSD cita também o cabeça de lista do partido à Câmara Municipal do Seixal, Bruno Vasconcelos, que afirma que, “no Seixal, infelizmente”, está habituado “ao estilo totalitário como a política e a liberdade de expressão são encarados”.
“Sempre sob ameaça, mas sempre com a coragem de levantar a bandeira do PSD em nome dos seixalenses”, salienta Bruno Vasconcelos.
O comunicado do PSD surge após, na segunda-feira, o PSD/Seixal ter anunciado que iria apresentar uma queixa-crime contra José Magalhães e contra o vereador comunista em Odivelas Rui Francisco por comentários no Facebook após uma “ação de marketing de guerrilha” no âmbito das autárquicas.
Em comunicado, o PSD/Seixal tinha explicado que a ação, que ocorreu durante a noite de domingo para segunda-feira, tinha consistido na "mudança do nome de cinco ruas que têm o nome repetido" no município, “tapando as antigas e colocando novas placas toponímicas”, com uma folha com a nova inscrição.
“A mudança de nomes das ruas foi motivada porque causa grandes constrangimentos à nossa população e gera conflitos na receção de encomendas, cartas e até em caso de emergência. Relembramos que o critério foi a seleção de ruas onde já exista outra igual na mesma freguesia”, lia-se no comunicado.
Durante a ação, o PSD/Seixal tinha ‘alterado’ os nomes das ruas 1.º de Maio (para Rua 25 de Novembro), General Humberto Delgado (para Rua Major-General Jaime Neves), Luis de Camões (para Rua Manuel Maria Barbosa du Bocage), Júlio Diniz (para Rua Pedro Eanes Lobato) e Movimento das Forças Armadas (para Rua em Memória das Vítimas FP 25 de Abril).
Comentando uma publicação no Facebook que dava conta da ação, o deputado socialista José Magalhães escreveu no Facebook “Uns cacetes terapêuticos não resolveriam o problema?”, uma frase que levou o PSD do Seixal, num novo comunicado, a pedir a sua demissão, e a afirmar que o cabeça de lista no concelho vai pedir “proteção policial” e apresentar uma queixa-crime, por considerar estarem em causa “ameaças”.
De acordo com o PSD, num outro comentário, que a agência Lusa não conseguiu localizar, o vereador comunista da Câmara Municipal de Odivelas (distrito de Lisboa) Rui Francisco, que é cabeça de lista à assembleia municipal, referiu “devíamos ir atrás destes pulhas e dar-lhes no focinho”, e “a solução é mesmo partir-lhes a tromba”, pelo que também será alvo de uma queixa-crime.
A Câmara do Seixal, liderada pelo comunista Joaquim Santos, tem cinco elementos da CDU, quatro vereadores do PS, um do PSD e outro do BE.