23 ago, 2021 - 21:00 • Lusa
O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, disse, esta segunda-feira, que Lisboa “não está condenada à alternância” entre os executivos do PS ou da coligação entre PSD e CDS-PP, acrescentando que a perda de habitantes na última década é “socialmente repulsiva”.
“Lisboa não está condenada à alternância PS (com ou sem o BE) ou PSD/CDS. A CDU é a força capaz de marcar a diferença na governação da cidade”, sublinhou Jerónimo de Sousa durante a apresentação do programa às eleições autárquicas da Coligação Democrática Unitária para o município da capital, na Praça Luís de Camões.
Ladeado pelo candidato da CDU à presencia da Câmara de Lisboa, João Ferreira, o secretário-geral comunista sustentou que, “no total das listas apresentadas às 24 freguesias, 50% dos candidatos são homens e 50% são mulheres”, acrescentando que, “das 26 listas apresentadas, 11 são encabeçadas por mulheres” e o 'número dois' ao município é uma mulher.
A cidade perdeu quase 8.000 habitantes durante a última década e Jerónimo de Sousa 'apontou o dedo' ao executivo do socialista Fernando Medina: “As dinâmicas que a cidade vem verificando confirmam a natureza socialmente repulsiva do modelo de desenvolvimento económico, social e urbano que a gestão do PS tem vindo a prosseguir”.
De acordo com o Censos de 2021, Lisboa tem 544.581 habitantes, menos 7.849 do que em 2011, ou seja, uma variação de -1,4%.
O membro do Comité Central considerou que a CDU exerceu uma oposição “crítica, atenta, exigente e construtiva” na Câmara de Lisboa durante os últimos quatro anos.
Para o próximo mandato autárquico, a coligação apresentou-se, na opinião do secretário-geral, com um projeto assente na “gestão democrática”, distinta “pela proximidade e participação, pelo respeito pelo funcionamento colegial e legalidade dos seus atos, escrutinável pela prestação de conta que promove e pelo respeito com os compromissos”.
Durante o discurso, Jerónimo de Sousa referiu duas vezes que a CDU vai “assumir todas as responsabilidades”, na eventualidade de ser a vencedora das eleições agendadas para 26 de setembro.
O combate à precariedade e aos flagelos, nomeadamente habitacionais, provocados pelo turismo também são 'bandeiras' da candidatura da CDU à autarquia da capital, expôs o dirigente do partido.
Nas eleições autárquicas de 26 de setembro concorrem à Câmara de Lisboa Fernando Medina (coligação PS/Livre), Carlos Moedas (coligação PSD/CDS-PP/PPM/MPT/Aliança), João Ferreira (CDU), Bruno Horta Soares (IL), Nuno Graciano (Chega), Beatriz Gomes Dias (BE), Manuela Gonzaga (PAN), Tiago Matos Gomes (Volt), João Patrocínio (Ergue-te), Bruno Fialho (PDR), Ossanda Liber (movimento Somos Todos Lisboa) e Sofia Afonso Ferreira (Nós, Cidadãos!)
A autarquia é atualmente composta por oito eleitos pelo PS (incluindo dos Cidadãos por Lisboa e do Lisboa é Muita Gente), um do BE (que tem um acordo de governação do concelho com os socialistas), quatro do CDS-PP, dois do PSD e dois da CDU.