28 ago, 2021 - 21:18 • João Carlos Malta
O primeiro-ministro, António Costa, disse na noite deste sábado em entrevista à SIC, que "lamenta ainda o “aproveitamento” de um “assunto lamentável como a perda de uma vida humana” para um “ataque político a uma pessoa que era um passageiro num automóvel”.
Durante o congresso do PS, no Algarve, quando questionado sobre se se devia saber a que velocidade circulava o carro em que seguia o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, e que vitimou um trabalhador da Brisa, António Costa mostrou-se muito descontente com a forma como o tema tem sido tratado no espaço público.
“Os inquéritos devem ser feitos pelas autoridades judiciárias e todos devemos confiar nelas", disse, rotulando mais uma vez as acusações ao ministro como política de "casos e casinhos".
"Não vou especular. O único assunto lamentável aqui é a vida humana que se perdeu. Se houvesse respeito, aguardava-se que as autoridades apurassem o que aconteceu e não se aproveitasse uma perda humana para fazer um ataque político a uma pessoa que era um passageiro num automóvel", argumentou.
"É das coisas mais revoltantes e desprezíveis que tenho assistido”, acrescentou.
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Costa disse que se trata de "um caso humano doloroso", em que "a família está a sofrer", e que usar o caso "para atarcar um ministro" é revoltante.
"Não ia a conduzir, era passageiro", repetiu Costa.
Já sobre outro ministro, o das Obras Públicas, quando lhe foi perguntado sobre a chegada em silêncio de Pedro Nuno Santos ao congresso, já depois do arranque dos trabalhos, Costa recusou ter ficado desagradado, sublinhando que o PS é um “partido livre”.
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Durante a manhã, num discurso aos congressistas, o primeiro-ministro e líder do PS prometeu continuar a investir no serviço Nacional de Saúde (SNS) e também salvar a TAP. “Vamos continuar a reforçar o SNS”,declarou no discurso de arranque do 23.º congresso do PS, que decorre este fim de semana em Portimão.
Num pavilhão que serviu de hospital de campanha até fevereiro, Costa fez questão de fazer um agradecimento a todos os profissionais de saúde e com isso levantou pela primeira vez os congressistas num aplauso. O agradecimento às Forças Armadas “pela sua capacidade logística, de comando e controlo” também foi bastante aplaudido, mas já sem pôr o congresso de pé.
“Não será quando a vacinação vencer a pandemia que vamos deixar de investir no SNS”, garantiu António Costa, que considera que o investimento feito antes da pandemia no SNS foi essencial para a resposta dada. Segundo primeiro-ministro, em “nenhum momento, nenhum profissional de saúde teve de ser sujeito à violência de escolher entre quem salvar e quem deixar morrer”.
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