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António Costa anuncia luto nacional de três dias pela morte de Jorge Sampaio

10 set, 2021 - 11:19 • Redação

Luto nacional dura de sábado a segunda-feira. Primeiro-ministro enaltece o sentido cívico do antigo Presidente da República, "um exemplo de um lutador pela liberdade e pela democracia".

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O Conselho de Ministros vai decretar luto nacional de três dias pela morte de Jorge Sampaio, anunciou o primeiro-ministro, António Costa. O antigo Presidente da República terá cerimónias fúnebres de Estado.

Numa curta declaração, esta sexta-feira, em São Bento, o primeiro-ministro começou por transmitir "sentidas condolências" à família e amigos do antigo Presidente da República, assim como a "todos aqueles que trabalharam, viveram e partilharam a vida" com Jorge Sampaio.

"O Conselho de Ministros eletrónico que está neste momento a decorrer irá decretar luto nacional pelo período de três dias, para amanhã [sábado], domingo e segunda-feira. Em contacto com a família, serão ainda hoje [sexta-feira] anunciados as datas, os locais e o horário dos diferentes momentos das cerimónias fúnebres que acompanharão o Dr. Jorge Sampaio", informou o chefe do Executivo.

"Curvamo-nos todos na memória de alguém que foi um exemplo de um lutador pela liberdade e pela democracia, e que tanto prestigiou com verticalidade ética a nossa vida política", acrescentou.

A política como forma de exercer cidadania


Costa enalteceu o "sentido cívico, de militância e convicção" com que Sampaio exerceu as suas funções políticas, logo desde que, em 1962, assumiu a liderança do Movimento Estudantil de Combate à Ditadura.

"Nos últimos anos, já não tendo nenhuma função oficial, assumiu o encargo de lançar uma grande plataforma internacional para que os refugiados sírios pudessem prosseguir os seus estudos universitários e concluí-los com sucesso. Para Jorge Sampaio, o exercício dos seus múltiplos cargos políticos foi sempre e só mais uma forma de exercer a sua cidadania", sublinhou o primeiro-ministro.

António Costa recordou os "difíceis tempos dos governos provisórios" em que Jorge Sampaio esteve inserido, e, mais tarde, a "paixão" com que integrou o Parlamento quando "a democracia já estava consolidada".

"Deu um contributo notável ao prestígio do poder local democrático, concorrendo e vencendo, por duas vezes, as eleições para a presidência da Câmara Municipal de Lisboa. Finalmente, exerceu o mais alto magistério, sendo eleito e reeleito Presidente da República, e honrando o lema com que concorreu: 'Um por todos e todos por um'", lembrou.

Em comunicado enviado às redações após a declaração de António Costa ao país, o Governo anuncia a realização de cerimónias fúnebres de Estado pelo ex-Presidente da República Jorge Sampaio

"Nos termos previstos na Constituição da República Portuguesa, é decretado o luto nacional por três dias, em 11, 12 e 13 de setembro de 2021. São decretadas cerimónias fúnebres de Estado", refere a nota do gabinete do primeiro-ministro.

Jorge Sampaio morreu, esta sexta-feira, aos 81 anos. O antigo chefe de Estado estava internado desde o dia 27 de agosto, no Hospital de Santa Cruz, em Lisboa, com dificuldades respiratórias.

Sampaio foi secretário-geral do PS (1989-1992), presidente da Câmara Municipal de Lisboa (1990-1995) e Presidente da República (1996 e 2006).

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